Bastonário agradece aos médicos e pede “reformas estruturais” no SNS

18 de Outubro 2022

O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, assinalou esta terça-feira o Dia dos Médicos com um agradecimento a estes profissionais de saúde e um apelo a “reformas estruturais” no setor, sobretudo no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Numa mensagem hoje divulgada, Miguel Guimarães reforça ainda o apelo ao investimento nas carreiras médicas, lembrando que os médicos “são os principais responsáveis pela saúde dos cidadãos, tanto nos momentos de maior fragilidade, mas também tendo em vista a prevenção da doença”.

“Daí ser imperativo homenagear estes profissionais. Face à crise atual que afeta o setor da saúde, em particular o SNS”, refere na nota, sublinhando: “Quem não gosta de médicos não gosta de doentes e não entende a missão de proteger as pessoas”.

Miguel Guimarães salienta as “falhas do novo Orçamento do Estado para 2023, cuja despesa com pessoal sobe apenas 2,9% – um valor menor do que é gasto em horas extraordinárias”.

“Trata-se, novamente, de um documento que perpetua a desvalorização das carreiras e do trabalho dos médicos, o que por sua vez incentiva a sua saída para o setor privado ou para o estrangeiro”, considera.

O bastonário insiste na necessidade de “reter talento”, “criar boas condições de trabalho” e “valorizar o trabalho e a responsabilidade de todos os médicos”, considerando que só assim se conseguirá resolver “a crise crónica que existe no Serviço Nacional de Saúde”.

Defende que, neste momento, o SNS “não garante o pressuposto constitucional da acessibilidade universal aos cuidados de saúde”, considerando que a situação “é grave e exige retificação urgente”.

“Daí serem necessárias reformas estruturais capazes de modernizar a gestão, de o tornar mais competitivo, dar mais autonomia e flexibilidade de gestão às unidades de saúde na contratação de capital humano ou compra de equipamentos”, insiste.

Perante o “quadro político de incerteza”, a Ordem dos Médicos vai lançar em breve o novo relatório das carreiras médicas, que está em fase de finalização.

“Sem saúde existem mais doentes e os nossos serviços de saúde ficam mais frágeis e menos sustentáveis”, acrescenta o bastonário.

LUSA/HN

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