Hospital de Ponta Delgada sublinha que em cenários de crise sistema assenta no público

25 de Outubro 2022

A presidente do conselho de administração do hospital de Ponta Delgada, a maior unidade dos Açores, considerou esta terça-feira que perante cenários de crise, como aconteceu no último ano devido à Covid-19, "o sistema assenta apenas no público".

Intervindo na sessão comemorativa do 23º aniversário do Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), Cristina Fraga sublinhou que, no último ano, a pandemia de Covid-19 “atingiu com enorme magnitude” a ilha de São Miguel, com quase 100 pessoas internadas” e “recordes de afluência à urgência”.

“De facto, ainda que falemos num Sistema Regional de Saúde, que abrange público e privado, na verdade quando acontecem cenários como o que vivemos no último ano, o sistema assenta apenas no público”, frisou a responsável.

Cristina Fraga agradeceu, por isso, a todos os que, perante este cenário de crise, “ajudaram a que a população nunca deixasse de ter”, no hospital público, “o seu refúgio, seguro, onde a saúde pudesse ser restabelecida”.

“Há um ano, salientei que a missão deste conselho de administração foi a de levar mais saúde, a tempo e horas, aos que sofrem, aos que aguardavam há demasiado tempo por um exame, por uma consulta, por uma cirurgia”, assinalou.

Cristina Fraga sublinhou que, de acordo com o relatório mensal de setembro de 2022 do Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia dos Açores (SIGICA), “é no HDES que se regista, mês após mês, a maior descida na lista de espera cirúrgica, para todas as idades e tipos de cirurgias”.

“Se compararmos o terceiro trimestre de 2021 com o terceiro trimestre de 2022, o HDES diminuiu em 128 dias, a mediana de dias de espera por cirurgia (-28,7%) -de 506 dias para 361 dias. Há menos 1.508 utentes em lista de espera (-18,7%) – de 8063 para 6555 utentes”, indicou.

No caso das crianças, o HDES “reduziu, neste mandato (em 20 meses), em 70% o número de crianças que aguardavam uma cirurgia há mais de um ano”, indicou.

“Se consultarmos o mapa de responsabilidades de crédito do HDES no Banco de Portugal verificamos que, em fevereiro de 2021, o montante em dívida era de 13,7 milhões de euros. Agora, em setembro de 2022, é de 3.843 euros”, revelou também.

Cristina Fraga, que destacou o “enorme trabalho de equipa” de mais de 2.200 pessoas no hospital de Ponta Delgada, revelou que a unidade de saúde tem um projeto de criação de uma creche, um local onde os profissionais possam deixar os filhos.

Vão também ser disponibilizadas duas bolsas de estudo para doutoramento e mestrado e duas bolsas para licenciatura aos profissionais do hospital.

Também o presidente do Governo Regional dos Açores disse que o Serviço Regional de Saúde “é prioritário” e “a referência do investimento público”.

O serviço regional de saúde, acrescentou, “estará sempre disponível assumindo-se liderante, mas cooperante igualmente com a complementariedade de toda a oferta de saúde disponível e instalada nos Açores e em cada uma das ilhas da componente social e privada”.

“Temos a clara noção de que, num sistema de saúde para os Açores há de priorizar enquanto seu elemento decisivo o Serviço Regional de Saúde. A melhor forma de operacionalizar o sistema de saúde ao serviço das pessoas e das famílias”, defendeu José Manuel Bolieiro.

O chefe do executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM) considerou que é preciso assegurar igualmente “a otimização da oferta de saúde liderada pelo Serviço Regional de Saúde, potencialmente complementada pela oferta social ou privada”.

“É assim que podemos otimizar capacidade instalada para melhor servir e cumprir a missão”, salientou o social-democrata.

José Manuel Bolieiro realçou a disponibilidade do HDES para “o escrutínio” quando, sobretudo, se está perante “uma missão que convoca cortar com práticas que eventualmente tiveram o seu tempo e não justificam continuidade, que exigem aperfeiçoamento, e nalguns casos, mesmo rotura”.

LUSA/HN

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