Menos de 30% dos idosos em Pequim receberam dose de reforço

23 de Novembro 2022

Menos de 30% das pessoas com mais de 80 anos em Pequim receberam uma dose de reforço da vacina contra a Covid-19, afirmaram esta quarta-feira as autoridades locais, numa altura em que a capital chinesa enfrenta novo surto.

Dois pacientes internados em estado grave, de 52 e 89 anos, estão entre os que não receberam a terceira dose, explicou o vice-diretor do Centro de Controlo de Doenças da cidade, Liu Xiaofeng, citado pela imprensa local.

Liu observou a proporção baixa de pessoas com mais de 60 anos que receberam uma dose de reforço e instou os residentes idosos a vacinarem-se o “mais rápido possível”.

Pequim tem mais de 21 milhões de habitantes, cerca de 600 MIL dos quais têm idade superior a 80 anos, considerada a faixa etária com mais risco de sofrer doença grave ou morte pelo coronavírus SARS-CoV-2.

O atual surto na capital da China fez mais de 3.000 infetados e três mortos. Foram os primeiros óbitos por covid-19 registados no país em seis meses.

Os habitantes de Pequim têm de fazer testes PCR a cada 48 horas, já que a entrada em locais públicos exige a apresentação de um resultado negativo.

A baixa taxa de vacinação entre os idosos, um dos grupos mais vulneráveis, mas também um dos mais relutantes em se vacinar, é apontada pelas autoridades como um dos motivos para manter a atual estratégia, que contrasta com o resto do mundo.

O país asiático enfrenta atualmente um dos maiores surtos de Covid-19 desde o início da pandemia, com surtos ativos em quase todas as províncias.

Segundo dados oficiais difundidos este mês, 86% dos chineses com mais de 60 anos receberam o esquema vacinal completo, embora a percentagem diminua no grupo com mais de 80 anos (65,7%). A proporção de idosos com mais de 80 anos que recebeu a dose de reforço, a nível nacional, é de 40%.

Os idosos chineses não sentem urgência em vacinar-se, já que o número de casos permanece relativamente baixo devido às restritivas medidas de prevenção epidémica vigentes no país.

A estratégia chinesa inclui o bloqueio de cidades inteiras, a obrigatoriedade de apresentar um teste negativo para o novo coronavírus para aceder a espaços públicos e o isolamento de todos os casos positivos e respetivos contactos diretos em instalações designadas. A China mantém, também, as fronteiras praticamente encerradas desde março de 2020.

Estas medidas têm um alto custo económico e social e são fonte de forte descontentamento popular, gerando por vezes confrontos violentos entre moradores e funcionários de saúde.

O país asiático relatou quase 30.000 novos casos, nas últimas 24 horas. Segundo dados oficiais, desde o início da pandemia morreram 5.231 pessoas na China devido ao novo coronavírus.

LUSA/HN

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