A paralisação foi convocada pelo sindicato Royal College of Nursing (RCN), a primeira em 106 anos de história, para exigir um aumento salarial de 19% para compensar uma perda de poder de compra em 20% desde 2010.
O Governo britânico considera este valor “incomportável” e dispôs-se a cumprir a proposta de um organismo independente de revisão da remuneração no serviço de saúde público (NHS, na sigla em inglês), que apontava para um aumento de 4,75%.
A greve foi anunciada em 53 unidades de saúde em Inglaterra, cerca de 25% do total, 12 no País de Gales e 11 na Irlanda do Norte, mas em algumas regiões não teve o apoio da maioria dos filiados do RCN.
Na Escócia, a greve não se realizou porque o RCN chegou a um acordo para aumentos salariais.
Nem o RCN nem o Ministério da Saúde britânico responderam ao pedido de dados sobre a participação concreta e impacto da greve.
A secretária de Estado da Saúde, Maria Caulfield, que no passado também exerceu a profissão de enfermeira, disse à estação britânica Sky News que até 70 mil consultas e operações poderão ser canceladas hoje.
Porém, o sindicato garantiu que alguns serviços estão protegidos, como emergências e cuidados intensivos, bem como tratamentos de quimioterapia e diálise.
Uma sondagem da empresa Ipsos publicada na quarta-feira indicava que 52% dos britânicos apoiam as greves dos funcionários do serviço de saúde público, cujo acesso universal e gratuito é bastante valorizado.
Na memória dos britânicos está ainda o papel e dedicação dos profissionais de saúde durante a pandemia de Covid-19.
“Estamos convosco”, afirma na manchete o tabloide Daily Mirror, conotado com a esquerda, aos enfermeiros, enquanto o “Daily Express”, de direita, também mostra apoio, colocando na primeira página a frase: “Cheguem a acordo com os enfermeiros e acabem com esta loucura”.
LUSA/HN
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