A nova secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, explicou numa conferência de imprensa a preocupação do Governo com a situação diante de uma “pandemia contínua” e a baixa resposta dos brasileiros à vacinação, que não foi estimulada durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro.

“O nível de cobertura [das vacinas] é bastante preocupante, disse Luiz Inácio Lula da Silva, no domingo, nos seus discursos de posse ao lembrar que menos de 50% dos 210 milhões de brasileiros têm três doses da vacina, o nível de proteção que “é considerado mínimo”.

Ethel Maciel destacou que essa situação deve ser tratada imediatamente, pois foi verificado que novas estirpes do coronavírus já circulam no país, sobre as quais não deu detalhes, mas explicou que se caracterizam pela sua alta potência de transmissão.

A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente especificou apenas que uma dessas novas estirpes foi detetada em novembro passado, num paciente de 54 anos do interior de São Paulo.

O Governo brasileiro pretende incentivar a vacinação a partir da próxima semana, por se temer que as infeções possam disparar numa altura em que se aproxima o Carnaval, que este ano será no final de fevereiro.

De facto, nos últimos dois meses houve um aumento tanto de infeções quanto de mortes no país, que tem sido um dos mais afetados pela pandemia no mundo, junto com Estados Unidos e Índia.

Segundo dados oficiais, o Brasil registou até agora um total de 36,4 milhões de casos, com cerca de 694,5 mil mortes.

Segundo Ethel Maciel, o Brasil tem reservas de doses adequadas para adultos, mas há escassez de vacinas para menores de 12 anos por isso as negociações com os laboratórios para sua aquisição serão retomadas.

A vacina contra a covid-19, conforme antecipado, será incluída a partir deste ano no Plano Nacional de Imunização do Ministério da Saúde, o que obrigará o Governo a dispor gratuitamente das doses necessárias para atender toda a população.

Em clara alusão à falta de incentivo à vacinação no Governo de Jair Bolsonaro, a secretária garantiu que a ciência voltou ao Ministério da Saúde, destacou que o mundo “ainda está em pandemia” e que o Brasil seguirá todas as determinações da Organização Mundial da Saúde (OMS).

LUSA/HN