Organização Mundial da Saúde diz que surto na China não deve ter impacto significativo na Europa

10 de Janeiro 2023

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estimou esta terça-feira que o surto de casos de Covid-19 na China não venha a ter um impacto significativo na Europa porque as variantes que aí circulam já existem no continente europeu.

“Não se espera que o atual aumento na China tenha um impacto significativo na situação epidemiológica da Covid-19 na região europeia”, disse o diretor regional da OMS, Hans Kluge, numa conferência de imprensa ‘online’.

Kluge pediu ainda aos países europeus que tomem medidas “proporcionais e não discriminatórias” em relação aos viajantes da China.

Vários países, incluindo Portugal, Estados Unidos, Japão, França e Alemanha, passaram a exigir teste negativo a viajantes provenientes da China e outros desaconselharam viagens desnecessárias à China.

Na semana passada, a União Europeia incentivou os seus estados membros a imporem uma triagem na China, antes do voo, complementando o teste negativo com “testes aleatórios” na chegada a solo europeu.

“Não é razoável que os países tomem medidas de precaução para proteger as suas populações, enquanto esperamos informações mais detalhadas” da China, pois “essas medidas devem ser cientificamente justificadas”, afirmou Kluge.

Segundo a OMS, os 53 países da região que se estende até a Ásia Central, graças principalmente ao alto índice de vacinação, estão bem protegidos para lidar com a covid.

“No início de 2023, a região (…) apresenta realmente uma posição muito boa. Temos uma forte proteção populacional, em parte graças às ondas de contágio natural que ocorreram, mas acima de tudo graças a uma excelente adesão geral à vacinação”, disse Catherine Smallwood, gestora de emergência da OMS Europa.

No entanto, segundo a organização, é importante manter um alto nível de vigilância.

“Após três longos anos de pandemia, quando muitos países lutam com sistemas de saúde sobrecarregados, escassez de medicamentos essenciais e uma força de trabalho de saúde exausta, não podemos dar-nos ao luxo de colocar mais pressão nos nossos sistemas de saúde”, insistiu Kluge.

“Essa ameaça pode vir de uma nova variante preocupante, em qualquer lugar, a qualquer hora – inclusive aqui na Europa e na Ásia Central. Com base nas lições aprendidas, precisamos de ser capazes de antecipar, detetar e reagir a tempo”, acrescentou.

LUSA/HN

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