O Congresso Mundial dos Hospitais da Federação Internacional dos Hospitais regressa a Lisboa na sua 46.ª edição, tendo a estreia ocorrido na décima, em 1957. Este ano, “tem como tema global uma visão da saúde no seu futuro, aquilo que em inglês se chamará ‘tomorrow’s world’, com o objetivo de ir melhorando os cuidados prestados ao cidadão e numa perspetiva de pensar global, mas agir local, em soluções que teoricamente parecem ter uma determinada estrutura, mas que, depois, têm que ser adaptadas localmente. E contribui também para, em certa medida, passar já das palavras aos atos – o termo inglês ‘time for action’”, disse ao HealthNews Carlos Pereira Alves, presidente da direção da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Hospitalar, que representa Portugal na Federação Internacional dos Hospitais desde 2002.
Este evento – inicialmente bianual, agora anual – foi-nos apresentado por Pereira Alves como uma “reunião de líderes, executivos, decisores políticos, parceiros farmacêuticos e de várias organizações na área da saúde” que “representa uma ocasião para ouvir e participar com ideias e propostas, com um objetivo sempre em mente, que é o objetivo da Federação”: melhorar a saúde e o bem-estar dos cidadãos.
No Centro de Congressos de Lisboa, são esperados cerca de 1500 participantes, tendo em conta os números dos eventos anteriores, e deseja-se a forte participação dos países de língua portuguesa – referiu Carlos Pereira Alves – e de todos os queiram fazer parte de “um momento muito interessante para discutirmos e conhecermos aquilo que, no mundo, se vai fazendo de bom em termos de inovação, em termos de projetos, em termos de investigação, em termos de práticas”, acrescentou Ana Escoval, vogal da direção da APDH, que representou Portugal como membro de pleno direito na Federação Internacional dos Hospitais entre 2000 e 2016. “Estamos a falar da saúde e a saúde é de todos nós”, frisou Ana Escoval.
“Ao longo dos anos, temos conseguido criar uma dinâmica, uma empatia, uma relação com a Federação Internacional muito forte. De alguma maneira, esta é também uma forma de eles nos devolverem essa disponibilidade, essa participação. E aqui refiro logicamente o papel que julgo que a Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Hospitalar tem tido ao longo dos anos na representação do país, mas também (…) a envolvência em projetos da Federação”, afirmou Ana Escoval.
Além disso – prosseguiu –, Portugal “tem bom clima, tem uma imagem de acolhimento muito boa, goza do privilégio de habitualmente saber organizar, receber e estar na dinâmica da criação destes eventos”. “Trazer o mundo a Lisboa à volta da temática dos hospitais e dos cuidados de saúde é uma mais-valia significativa e é algo que nos orgulha muito. Por isso, penso que será um evento marcante para a saúde e para o país, e em termos mundiais, naturalmente.”
Este ano, a APAH, a APDH e a APHP unem esforços, saberes e competências na comissão organizadora e na comissão científica – “uma mais-valia para a organização local”. “A conjugação destas três associações é uma ideia também partilhada e defendida pela Federação Internacional dos Hospitais. Eles procuram sempre que os países reúnam a maior massa crítica possível para a organização”, explicou Ana Escoval.
Lisboa prepara-se para acolher, entre 25 e 27 de outubro, um congresso com temas como: as lideranças, o bem-estar dos profissionais, a inovação nas organizações de saúde, a digitalização na saúde e as alterações climáticas. “O dia 24 é destinado a atividades pré-congresso, entre as quais a Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Hospitalar realiza o seu Prémio de Boas Práticas”, informou o presidente.
E terminou com um convite dirigido “a todas as organizações” e “a todos os profissionais da área da saúde”: “que se inscrevam, participem, para que este congresso mundial de 2023 seja de facto um grande evento”.
As inscrições já estão abertas e os resumos podem ser submetidos até dia 5 de abril.
“Quem estiver a fazer investigação, quem tiver projetos, quem tiver interesse em participar ativamente, é submeter, submeter, submeter; porque, ou em termos de apresentação nas mesas, ou em termos de posters, estarão lá. Estará representado o seu projeto, estará representada a sua ideia, estará representado aquilo que acham que de melhor se deve transmitir. E Portugal tem tanta coisa bonita para além da gastronomia, do sol e de tudo o resto”, sublinhou Ana Escoval.
HN/RA
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