“Compreendemos a impaciência dos colegas da Fnam, mas o anúncio de uma greve, nesta fase, a meio das negociações é uma cedência ao radicalismo e populismo”, refere o SIM numa nota hoje publicada no seu portal, sublinhando que “tudo continuará a fazer para evitar o recurso” à greve até 30 de junho, prazo com o qual se comprometeu para a conclusão das negociações com o Governo, nomeadamente sobre as grelhas salariais.
A Fnam anunciou hoje uma greve nacional para 08 e 09 de março, alegando a “falta de medidas” para o Serviço Nacional de Saúde (SNS), mas o Governo assegura que está empenhado nas negociações previstas até junho.
O SIM entende que “o momento é ainda de negociação”, criticando a Fnam por apresentar “propostas irrealistas que fragilizem o poder negocial dos médicos a troco de uma eventual maior exposição mediática”.
Na nota, o Sindicato Independente dos Médicos saúda que o Governo “tenha cumprido os seus serviços mínimos”, alargando o pagamento das horas extraordinárias “de forma condigna até ao fim das negociações”.
Contudo, critica o Governo que “não apresentou ainda quaisquer propostas formais” aos sindicatos, designadamente sobre as grelhas salariais e a dedicação plena.
O SIM lamenta também que a tutela “não tenha dado respostas às propostas de organização e disciplina do trabalho médico e de organização do trabalho nos serviços de urgência que há mais de dois anos foram apresentadas, preferindo anúncios dispersos, com traços de demagogia”.
Em comunicado hoje divulgado, o Ministério da Saúde indicou que “continua empenhado no diálogo e na procura de consensos dentro de um calendário que o Governo e os sindicatos estabeleceram de comum acordo”.
Justificando o anúncio da greve nacional de médicos para 08 e 09 de março, a Fnam alegou “falta de compromisso” por parte do ministério “em negociar as grelhas salariais” e “falta de medidas para salvar o SNS”.
Segundo a Federação Nacional dos Médicos, que anunciou a paralisação após uma reunião negocial com a tutela, as negociações têm “sido prolongadas no tempo, a um ritmo demasiado lento, onde se acumulam os pedidos de adiamento de reuniões e escasseiam as propostas” por parte do Ministério da Saúde.
LUSA/HN
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