Novo bastonário da Ordem dos Médicos assegura que será “a voz” de todos os clínicos

17 de Fevereiro 2023

Carlos Cortes, eleito bastonário da Ordem dos Médicos, assegurou que será “a voz de todos os médicos” pela dignificação da profissão e melhoria das suas condições de trabalho, bem como pela qualidade da prestação dos cuidados de saúde.

O médico Patologista Clínico, que foi presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (OM) foi o candidato mais votado na segunda volta da eleição para bastonário da OM que terminou na quinta-feira, com 61,94% dos votos expressos, num total de 11.176 votos, a maior votação de sempre numa segunda volta.

  “Agradeço a todos os médicos que expressaram o seu voto, num verdadeiro ato democrático e plural, bem como a todos os que se envolveram, como candidatos, neste processo eleitoral da nossa Ordem. É aos Médicos e aos doentes a quem me dedico e dedicarei nos próximos anos”, referiu Carlos Cortes num comunicado divulgado na quinta-feira à noite.

Carlos Cortes dirigiu também uma palavra de apreço aos cinco candidatos a bastonário (Bruno Maia, Alexandre Valentim Lourenço, Fausto Pinto, Rui Nunes e Jaime Branco), afirmando que será um bastonário agregador e de união da classe médica e que contará com “todos para melhorar a vida dos Médicos e dos Doentes”.

“Neste momento difícil que atravessamos, exigirei que o papel central dos Médicos no sistema de Saúde seja reconhecido e valorizado, sem exceções. Serei um bastonário de intervenção no setor – e, nomeadamente, no Serviço Nacional de Saúde. Serei a voz de todos os Médicos pela dignificação da profissão, pela melhoria das suas condições de trabalho, pela valorização e segurança do Ato Médico e pela qualidade da prestação dos cuidados de saúde em Portugal”, sublinha.

O médico assegura ainda que será “intransigente com quaisquer ingerências externas” na Ordem e ameaças à sua independência: “Uma Ordem forte é a força dos Médicos”.

Carlos Cortes disputou a segunda volta com o médico Rui Nunes, que obteve 6.867 votos, e que num comunicado hoje divulgado avança que irá criar o Fórum Nacional da Saúde, uma decisão que diz ter surgido no rescaldo das eleições, que o motivaram “a dar continuidade ao apoio e vontade de mudar a saúde em Portugal”.

O presidente da Associação Portuguesa de Bioética refere que será “um espaço de reflexão e análise da saúde em Portugal, que pretende envolver todos os profissionais de Saúde”.

“Em quatro meses e meio, conseguimos fazer os médicos voltar a sonhar”, salienta o médico portuense, frisando que “é isto que falta aos médicos e aos profissionais de saúde em geral, autonomia para sonhar”.

O candidato frisa que o grupo, que começou com 12 ou 13 pessoas, depressa se estendeu a mais de 200 médicos que se ofereciam a ser parte integrante da Ordem dos Médicos, para agilizar os processos.

“Um crescimento orgânico e natural, que nos permitiu disputar o lugar de bastonário em poucos meses e que, a cada dia, chamou ainda mais a atenção de muitos outros profissionais de saúde”, frisa o professor catedrático da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.

Rui Nunes aproveita ainda para congratular Carlos Cortes, afirmando que “os médicos são soberanos no futuro que pretendem”.

LUSA/HN

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