Lula da Silva relança programa que oferece assistência médica a 96 milhões de brasileiros

21 de Março 2023

O Presidente do Brasil, Lula da Silva relançou o programa público Mais Médicos, abandonado na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro e que garantiu atendimento médico a 96 milhões de pessoas nas regiões mais pobres e isoladas.

O novo programa prevê aumentar, dos atuais 13 mil médicos para cerca de 28 mil médicos atendendo a população gratuitamente até ao final de 2023 nos postos do Sistema Único de Saúde (SUS) localizados em favelas, periferias de grandes cidades, municípios isolados da Amazónia, pequenos municípios do interior e aldeias indígenas.

Os profissionais contratados receberão incentivos salariais e educacionais para garantir que aceitem empregos em locais mais rejeitados por causa da distância ou isolamento, ou para evitar que saiam quando receberem melhores ofertas.

“O Mais Médicos foi um programa de extraordinário sucesso porque beneficiou as pessoas que precisavam ser atendidas, os médicos que queriam trabalhar e os prefeitos que não tinham condições de oferecer saúde em seus municípios”, disse Lula da Silva no relançamento da iniciativa.

Dos 96 milhões de brasileiros que vivem em áreas pobres e isoladas, praticamente metade da população do país, 63 milhões só tiveram acesso a serviços de saúde durante os cinco anos de funcionamento do programa.

O Mais Médicos foi criado em 2013, mas foi abandonado em 2019 por Jair Bolsonaro (2019-2022) devido às críticas do governante de extrema-direita a um programa que empregava maioritariamente médicos cubanos já que o programa previa um pagamento de participação ao Governo de Cuba por um acordo de cooperação.

O abandono do programa fez com que só 13 mil dos 18 mil médicos que faziam parte do programa lançado pela então presidente Dilma Rousseff, que sucedeu a Luiz Inácio Lula da Silva e uma de suas principais correligionárias, permanecessem no programa, segundo o Ministério da Saúde.

“Na época em que lançamos, sofremos muitas denúncias, muitas entidades médicas não aceitavam o Mais Médicos, principalmente os médicos de Cuba, mas o programa foi um sucesso excecional”, disse Lula da Silva.

O líder progressista, apesar de agradecer o trabalho feito pelos cubanos que tiveram que deixar o Brasil “sem sequer serem agradecidos”, esclareceu que o novo programa terá “cuidados especiais” para dar prioridade aos médicos brasileiros.

“Queremos que todos os médicos inscritos sejam brasileiros. Se isso não for possível, vamos chamar brasileiros formados no exterior ou estrangeiros que moram no Brasil e, em última instância, estrangeiros”, afirmou.

Lula da Silva admitiu que nos seus 80 dias de Governo só se dedicou a remontar os programas de Governo do esquerdista Partido dos Trabalhadores (PT) que tiveram resultados importantes e deram certo, mas foram, segundo disse, destruídos por Bolsonaro.

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, afirmou na mesma cerimónia que “existem evidências consolidadas dos benefícios que o Mais Médicos ofereceu nas zonas mais vulneráveis, onde os internamentos e a mortalidade foram reduzidos”.

LUSA/HN

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