“É mais uma medida no sentido certo. No entanto, não deixamos de evidenciar que há ainda muito a melhorar”, adiantou a Associação Nacional das Unidades de Saúde Familiar (USF-AN) em comunicado.
Na quarta-feira, o ministro da Saúde adiantou à Lusa que todas as USF vão poder passar a ter a remuneração dos seus profissionais associada ao desempenho, permitindo que entre 200 mil e 250 mil utentes tenham médico de família.
Na prática, segundo Manuel Pizarro, com esta alteração que o Ministério quer concretizar até final desde ano, deixarão de existir USF modelos A e B, “porque todas serão aquilo que são hoje as USF modelo B”.
“Isso significa que até final do ano – previsivelmente no quarto trimestre – as atuais 268 USF modelo A passarão a ter também a remuneração dos seus profissionais associada ao desempenho”, explicou Manuel Pizarro, ao adiantar que estes acréscimos remuneratórios representam cerca de 90 milhões de euros.
No comunicado, a associação salientou que esta tem sido uma reivindicação sua ao longo dos últimos anos e que o “atraso na adoção desta medida tem tido motivações meramente economicistas, no pior sentido da palavra, ou seja, poupar a todo o custo”.
Segundo a USF-AN, a generalização do modelo B das USF vai garantir um “verdadeiro retorno do investimento dos aumentos remuneratórios”, através de mais profissionais no Serviço Nacional de Saúde, mais pessoas com equipa de família atribuída e menos utentes a recorrer aos serviços de urgência.
No entanto, a associação considerou que são necessárias várias medidas a implementar nos próximos seis meses, que permitam melhorar as condições de trabalho e aumentar a efetividade dos recrutamentos de todos os profissionais de saúde.
As unidades de modelo B são constituídas por equipas de médicos, enfermeiros e secretários clínicos, que contratualizam com os respetivos Agrupamentos de Centros de Saúde a resposta a prestar a uma determinada população, que fica assim com acesso a médico e enfermeiro de família.
Os profissionais das USF deste modelo assumem uma maior responsabilização pelo acesso a cuidados de saúde e pelos resultados em saúde da população, a que corresponde um incentivo materializado num reforço da remuneração.
LUSA/HN
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