“Eu recordo que essa receita já foi testada há vários anos”, disse Jorge Roque da Cunha, sublinhando que esta solução, no passado, “não funcionou”.
Segundo o Jornal de Notícias (JN), o Governo português está a preparar a contratação de 300 médicos cubanos para o SNS, tendo já pedido parecer sobre o processo de reconhecimento de qualificações ao Conselho de Escolas Médicas Portuguesas (CEMP) e à Ordem dos Médicos.
“A contratação é feita ao Governo cubano e vamos ter o Governo português a apoiar efetivamente uma ditadura que utiliza os seus serviços para enviar médicos para o estrangeiro”, sublinhou Roque da Cunha.
O secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM) sublinhou ainda que “a ser verdade, o que o Governo português vai fazer é pagar ao Governo cubano e daí o Governo cubano dá uma parte às famílias, ficando o médico a trabalhar em Portugal a receber uma pequena percentagem”.
Questionado pela Lusa, o dirigente sindical disse que esta opção é “mais um sinal de que do Governo não quer investir nos médicos portugueses”.
“Como todos sabemos, não há falta de médicos em Portugal. Há é uma incapacidade deste Governo em fixar os médicos no SNS”, afirmou Roque da Cunha, sublinhando que os médicos portugueses “perderam 30% do poder de compra” e “fazem centenas de horas extraordinárias”.
Disse ainda que o SIM vai hoje apresentar a sua contraproposta, lembrando que “o Governo só efetivou o esboço do chamado memorando de entendimento na última reunião [de negociação com os médicos]”. “Tudo vamos fazer para evitar a greve que temos marcada para o final do mês. Está nas mãos do Governo”, acrescentou.
“Se a opção é ir contratar médicos à América do Sul [América Central] é de facto uma opção errada, mas lá saberá o doutor Pizarro o que é que quer para o seu país em termos de qualidade, em termos de fixar o seus cérebros e de criar condições para que as pessoas tenham acesso aos médicos, despendendo menos daquilo que são os rendimentos das suas poupanças e não tendo necessidade de recorrer tanto a seguros de saúde. É uma opção do Governo”, insistiu.
LUSA/HN
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