Ministra da Saúde de Angola diz que “medidas assertivas” pouparam muitas vidas e foram elogiadas

19 de Julho 2023

A ministra da Saúde de Angola considerou que a maneira como Angola lidou com a pandemia de Covid-19 é motivo de orgulho e salientou que as "medidas assertivas" evitaram muitas mortes nesse período.

“Fazemos um balanço muito positivo e temos de nos orgulhar, Angola foi elogiada em vários fóruns pelas medidas assertivas que tomou e evitou muitas mortes e mortalidade por covid-19”, disse Sílvia Lutucuta em declarações à Lusa e RTP à margem da sua intervenção no EurAfrican Forum, que decorre esta semana em Carcavelos, perto de Lisboa.

“Por esta altura a nossa situação epidemiológica é boa, temos casos esporádicos de covid-19, sobretudo em pessoas com comorbilidade e estamos sem mortos há mais de quatro meses”, salientou a governante, dias depois de Angola deixar de exigir aos passageiros internacionais que chegam ao país um certificado de vacinação.

Angola, concluiu a ministra, “está numa altura de continuar a relançar a economia e tomar medidas no contexto epidemiológico para levar a paz social e económica em benefício da população”.

Luanda deixou cair a obrigatoriedade de apresentação de certificado de vacinação ou teste à covid negativo nas entradas e saídas do território nacional, segundo o decreto presidencial de sexta-feira que atualiza as normas relativas à covid-19, mantendo apenas a obrigatoriedade do uso de máscara facial nas unidades sanitárias, devido à evolução favorável.

Ainda assim, reconheceu a governante, os tempos não foram fáceis para o continente durante o período da pandemia, que foi pela primeira vez diagnosticada em África no dia 14 de fevereiro de 2020.

“Durante a pandemia de covid-19, África teve momentos difíceis com a aquisição de vacinas, a falta de medicamentos, de indústria e de material gastável”, lembrou Sílvia Lucutuca, nas declarações.

Para evitar a dificuldade em encontrar vacinas numa próxima eventual pandemia, a ministra da Saúde de Angola disse que o continente “está a trabalhar em vários países africanos para a instalação de uma indústria de vacinas” e salientou que há nove países africanos que competem pela instalação de equipamentos nesta área.

“Estamos a tentar atrair investimento mas já temos nove países na África subsaariana e no norte de África, Egito, Ruanda, Gana, Senegal, com grande tradição na fabricação de vacinas, como por exemplo da febre amarela, e África do Sul, e outros países que estão na corrida para colocar os seus países na indústria de vacinas”, vincou a governante.

Em Angola, especificou, “continuamos a incentivar e à procura de parceiros internacionais, de financiamento para implementar uma indústria farmacêutica, no sentido lato, e no âmbito dos programas de investimento público, temos como prioridade a instalação de um laboratório de controlo de qualidade e meios médicos”, afirmou.

Na intervenção sobre o ‘Fortalecimento dos Sistemas de Saúde: Produção e Acesso a Vacinas, Medicinas e Tecnologias de Saúde’, Sílvia Lucutuca lembrou que “a especulação nos mercados internacionais, as dificuldades de fabrico evidenciaram a necessidade de fortalecer as capacidades internas para prevenir doenças com grande potencial epidémico e para a sobrevivência infantil”.

O continente, reconheceu, “enfrentou grandes desafios logísticos, financeiros e estruturais no acesso e na distribuição equitativa da vacina”, mas foram ultrapassados devido à conjugação de esforços e à resiliência dos países, afirmou.

LUSA/HN

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Estudante do 2º ano do Curso de Especialização em Administração Hospitalar da ENSP NOVA; Vogal do Empreendedorismo e Parcerias da Associação de Estudantes da ENSP NOVA (AEENSP-NOVA); Mestre em Enfermagem Médico-cirúrgica; Enfermeiro especialista em Enfermagem Perioperatória na ULSEDV.

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