“Nós temos no Programa do Governo duas prioridades, uma é regulamentar o regime de dedicação plena, que permitirá simultaneamente melhorar as condições de remuneração dos médicos, mas melhorar também o acesso aos cuidados de saúde por parte dos portugueses”, afirmou António Costa.
A segunda prioridade, continuou o chefe de Governo, passa pela “generalização das unidades de saúde familiar [USF], modelo B”, o que “terá também um impacto muito significativo naquilo que são os vencimentos dos médicos” de cerca de 60%.
“Estamos a fazer esta duas reformas – uma que tem a ver com o regime de dedicação plena, outra que tem a ver com a generalização das USF modelo B – para simultaneamente podemos remunerar melhor os profissionais, mas também termos melhores cuidados de saúde prestados aos portugueses, porque verdadeiramente essa é a função do SNS e é esse o objetivo do programa de Governo”, salientou.
O primeiro-ministro falava aos jornalistas à margem de uma visita às obras do Teatro D.Maria II, em Lisboa, quando foi questionado sobre a falta de acordo entre o Governo e os sindicatos dos médicos no que toca à revisão da grelha salarial.
As negociações, que deviam ter terminado em junho, têm sido pautadas por várias greves.
“Toda a negociação salarial com os médicos é feita tendo em conta estas duas reformas e o impacto que isso tem necessariamente na melhoria dos cuidados de saúde”, apontou.
Costa salientou também desde 2015, “o orçamento do Serviço Nacional de Saúde [SNS] já foi reforçado em 56%, ou seja, do conjunto dos impostos que os portugueses pagam, há mais 56% investido no SNS do que havia anteriormente”, e existem atualmente “mais 30 mil profissionais”.
“Isto significa que é um esforço muito grande que os portugueses estão a fazer para termos melhores cuidados de saúde no SNS”, realçou, indicando que esse investimento “permite hoje, com todas as dificuldades que existem, ter mais consultas, mais intervenções cirúrgicas, do que anteriormente”.
O primeiro-ministro defendeu que “esse progresso tem sido importante”, mas ressalvou que, para continuar, não basta “simplesmente todos os anos pôr mais dinheiro em cima do SNS”, há que ter melhor gestão e para isso foi constituída a Direção Executiva do SNS.
LUSA/HN
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