“Nos primeiros dias de combate, ficámos sem provisões vitais e sem oxigénio”, disse um médico de um hospital em Gondar, Kassaye Demeke, ao Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV), citado pela agência Europa Press, confirmando que muitos pacientes morreram por falta de oxigénio e de possibilidade de fazer intervenções médicas devido aos ataques lançados pela milícia Fano e pela resposta subsequente das forças armadas etíopes.
“Muitos pacientes nos cuidados intensivos morreram porque não pudemos fazer nenhuma cirurgia de grande porte”, disse, acrescentando que “por vezes é impossível limpar feridas” ou tratar fraturas.
O CICV, em colaboração com a Sociedade da Cruz Vermelha Etíope, começou a levar ajuda de emergência a Gondar e a outros hospitais que registaram um aumento no número de feridos nos últimos dias, embora não haja números oficiais.
A chefe da subdelegação do CICV em Gondar, Delphine Leterrier, confirmou que já foi possível coordenar a ajuda com algumas das instalações mais afetadas para aliviar as carências “imediatas”, mas salientou que foi “difícil para as equipas da organização deslocarem-se e comunicarem na região”.
O Conselho de Ministros da Etiópia declarou o estado de emergência no início deste mês na região de Amhara.
A milícia Fano lutou ao lado das forças militares etíopes num conflito que se prolongou durante cerca de dois anos na província vizinha do Tigray, que terminou com um acordo de paz em novembro passado.
Com o fim deste conflito, as autoridades federais ordenaram o desmantelamento das milícias e a sua integração nas forças armadas.
LUSA/HN
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