Para Manuel Teixeira Veríssimo, que discursava esta tarde no ato simbólico da rega da “oliveira SNS”, em Coimbra, “é importante e fundamental” reformar o SNS, criado faz hoje 44 anos, cujo percurso nos últimos anos “tem sido aos solavancos”.
“A sociedade evoluiu muito e o SNS não se soube adequar a essa evolução e perdeu algum terreno”, salientou o médico, reforçando que é preciso reforçar “a tempo de reverter a espiral negativa e voltar a ter um SNS a que todos possam recorrer”.
Caso contrário, alertou, “se continuar como até aqui, qualquer dia só alguns têm acesso aos melhores cuidados de saúde no país”.
O presidente da SRCOM salientou que acredita no modelo que está a ser desenvolvido pelo Governo, embora não conheça a proposta em toda a sua extensão, mas advertiu que o seu sucesso “vai depender dos intérpretes” que o executem.
“Espero e acredito que a proposta de reforma que está em cima da mesa tem méritos, assim os seus executantes no terreno sejam capazes de a levar a bom porto”, frisou Teixeira Veríssimo, fazendo votos que, daqui a um ano, se possa dizer “que, finalmente, esta reforma reabriu um novo caminho para o SNS”.
Invocando o ato simbólico da rega da oliveira, o presidente da Câmara de Coimbra, José Manuel Silva, salientou que o SNS precisa de “ser regado todos os dias para ver se resiste às dificuldades dos tempos que atravessamos”.
Para o antigo bastonário da Ordem dos Médicos, a superação das dificuldades por que passa o SNS é uma “questão de vontade política”.
“Temos de recuperar a pureza do SNS e espero que o ato da rega simbólica seja um momento de reflexão sobre a situação atual do SNS, que vai de reforma em reforma num caminho de deterioração e esvaziamento progressivo que faz sofrer os doentes”, sublinhou.
A cerimónia simbólica de rega da “oliveira SNS”, que decorreu no Parque Verde de Coimbra, junto ao Pavilhão Centro de Portugal, organizada pela Liga dos Amigos dos Hospitais da Universidade de Coimbra e pela SRCOM, assinala o aniversário do SNS e representa uma homenagem ao seu fundador António Arnaut.
O atual bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, acabou por não participar na iniciativa, como estava previsto, devido a um acidente rodoviário na manhã de hoje no Itinerário Principal 3 (IP3), em Tondela, no qual sofreu ferimentos ligeiros.
LUSA/HN
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