Zimbabué impõe restrições depois de 100 mortes suspeitas de cólera

5 de Outubro 2023

O Zimbabué, país que faz fronteira com Moçambique, registou 100 mortes suspeitas de cólera e mais de 5.000 possíveis casos desde o fim de setembro, levando o Governo a impor restrições para impedir a propagação da doença.

O Ministério da Saúde local anunciou o número de mortos na noite de quarta-feira e disse que 30 foram confirmadas como causadas por cólera através de testes laboratoriais.

O Governo adiantou ainda terem sido registados 905 casos confirmados, bem como outros 4.609 casos suspeitos.

A cólera é uma doença transmitida pela água que pode espalhar-se rapidamente em áreas com saneamento precário e é causada pela ingestão de água ou alimentos contaminados.

​ As grandes reuniões em funerais, que são comuns no país da África Austral, foram interrompidas em algumas das áreas mais afetadas, como as províncias de Manicaland e Masvingo.

De acordo com as imposições governamentais, deixa de estar autorizada a presença de mais de 50 pessoas em funerais, sendo que as pessoas devem evitar apertar as mãos e não podem servir comida, como é habitual.

O Governo também determinou que as pessoas devem deixar de frequentar mercados abertos, algumas reuniões sociais e acampamentos religiosos ao ar livre, onde normalmente não há infraestruturas sanitárias.

O distrito de Buhera, uma região pobre do sudeste do país, é o epicentro do surto, disse o Ministério da Saúde, acrescentando que os casos já se espalharam por 41 distritos de várias partes do país, incluindo a capital, Harare.

Na África Austral, o Zimbabué, o Malaui, a África do Sul e Moçambique registaram surtos recentes de cólera. Mais de 1.000 pessoas morreram no pior surto do Malaui em décadas, no final do ano passado e no início deste ano.

A Organização Mundial da Saúde alertou para o risco de cólera devido a problemas de acesso a água potável, mas também por fenómenos climáticos como tempestades tropicais, que podem levar a surtos maiores e mais mortais.

No Zimbabué, as infraestruturas de saneamento deficientes ou inexistentes e a escassez de água potável têm resultado em surtos regulares.

As pessoas em algumas áreas passam meses sem água da torneira, o que as força a depender de poços, furos ou rios inseguros.

Mais de 4.000 pessoas morreram em 2008, no pior surto de cólera do Zimbabué.

LUSA/HN

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