“É uma situação complexa, mas quando me dizem que continua a existir o diálogo, eu acredito”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa à margem da 18.ª reunião do Grupo de Arraiolos que decorreu hoje, no Porto.
Apesar de ter estado “praticamente o dia todo fechado” na reunião do Grupo de Arraiolos, o chefe de Estado assumiu ter falado novamente com o bastonário da Ordem dos Médicos, ficando com a expectativa de que se seja possível obter “pontos positivos” no diálogo entre aqueles profissionais de saúde e o executivo de António Costa.
“A minha expectativa é que ao longo dos próximos dias, esta semana e na próxima semana, seja possível encontrar nesse diálogo pontos positivos”, reforçou.
Marcelo Rebelo de Sousa revelou que ainda hoje, no final do jantar com os chefes de Estado que participaram no Grupo de Arraiolos, voltará a fazer telefonemas para saber a evolução da situação.
Assumindo estar preocupado com o que se passa no Serviço Nacional de Saúde, o chefe de Estado contou estar a informar-se sobre as hipóteses que há de manter o diálogo até ao limite do possível.
“É evidente que se não tivesse preocupado não estava no meio da reunião internacional sempre a acompanhar o que se passa na saúde em Portugal”, frisou.
Contudo, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que “há uma clara noção da parte de todos da importância de não sacrificar os portugueses”.
O Presidente da República salientou ainda que até ao final do ano é um período crítico devido à chegada do inverno e, por isso, todos querem evitar que haja situações críticas numa fila de espera numa urgência.
“É uma situação que é particularmente crítica até ao fim do ano, a questão põe-se em relação, para já, até ao fim do ano. Depois, a partir de janeiro, coloca-se novamente a questão em termos da contagem das horas e pagamento das horas extraordinárias”, vincou.
Mas, o final do ano é só em 31 de dezembro e ainda só é outubro, concluiu.
Na quarta-feira, o bastonário da Ordem dos Médicos afirmou, após uma reunião com o ministro da Saúde, haver abertura do Governo para reabrir a negociação de matérias que estavam encerradas, nomeadamente a fixação do horário de 35 horas semanais.
Vários hospitais do país estão a enfrentar dificuldades em garantir escalas completas das equipas sobretudo para os serviços de urgência, uma vez que vários médicos estão a recusar-se fazer mais do que as 150 horas extraordinárias anuais previstas na lei.
LUSA/HN
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