PSD propõe criação de uma linha de apoio psicológico para cuidadores informais

9 de Outubro 2023

O PSD propôs a criação de uma linha de apoio psicológico para os cuidadores informais, exortando o Governo a publicar “de imediato” a portaria em atraso sobre o descanso do cuidador informal.

Num projeto de resolução (sem força de lei) a que a agência Lusa teve acesso, o PSD recomenda ao Governo o reforço dos apoios aos cuidadores informais, dois dias depois de as associações do setor terem alertado que continuam a faltar medidas previstas no Estatuto do Cuidador, aprovado há mais de um ano.

“Urge a criação de mecanismos e soluções para que quem se disponibiliza a cuidar do outro possa, ele próprio, justamente, também ser cuidado”, defendem os sociais-democratas.

O PSD exorta o executivo do PS a publicar “de imediato a portaria do descanso ao cuidador informal, essencial para desbloquear o acesso à rede de cuidados continuados, às Estruturas Residenciais para Idosos ou aos lares residenciais”, para colocar as pessoas cuidadas, idosos ou pessoas com deficiência e assim permitir o descanso dos cuidadores informais.

A criação de “uma linha de apoio psicológico” destinada a estes cuidadores e que seria operada por profissionais especializados é outra das recomendações do PSD, que propõe que este apoio seja feito por chamadas telefónicas ou consultas presenciais.

“Crie as condições necessárias para o alargamento e pleno funcionamento dos profissionais de referência em todos os concelhos”, pedem os sociais-democratas.

O partido pretende ainda que seja aprofundado o serviço de apoio domiciliário.

“Em 2019, o Instituto Nacional de Estatística apontava para mais de um milhão de pessoas residentes em Portugal, com idade igual ou superior a 15 anos de idade, que prestavam cuidados informais, um número que aumentou durante a recente pandemia”, aponta.

No entanto, os sociais-democratas citam o Grupo de Trabalho do Cuidador Informal da Segurança Social, que no final do ano passado dava conta de que apenas se encontravam reconhecidos 11 mil cuidadores informais em Portugal.

“A falta de divulgação e a burocracia são dois importantes entraves ao aumento do número de reconhecimentos, já que a circunstância de muitos cuidadores não terem acesso à informação inviabiliza a início do processo de reconhecimento do estatuto, que lhes pode dar acesso ao estatuto e respetivo subsídio de cuidador informal, assim como outros benefícios e acessos aos cuidados de saúde física e mental de que tanto necessitam”, lamentam.

Os cuidadores informais, que “em muitos casos se substituem ao Estado no apoio em condições de grande exigência”, precisam de “mais auxílio público, a bem da sua própria saúde física e mental”, é referido no projeto de resolução.

LUSA/HN

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