Ministro da Saúde espera que “sucesso” em Póvoa de Varzim e Vila do Conde “seja agora ampliado”

30 de Outubro 2023

A semana arrancou com a audiência parlamentar do ministro da Saúde, que reconheceu que "não podemos continuar a viver num sistema que está baseado na multiplicação de horas extraordinárias" e apresentou Póvoa de Varzim e Vila do Conde como casos de "grande sucesso" em termos de "reorientação da procura".

Pizarro defendeu uma vez mais que Portugal precisa de uma “profunda reforma dos serviços de urgência”. “E, sim, não tenho nenhuma dúvida que o que está em causa é criar boas alternativas que os doentes valorizem”, disse o ministro, que admitiu que “isso será, evidentemente, mais difícil quando não temos plena cobertura pelos cuidados de saúde primários”, mas recordou que onde há essa resposta a corrida às urgências continua a ser um problema. “Há um trabalho que temos que fazer coletivamente”, sublinhou. De acordo com o ministro, a criação de 250 USF modelo B em janeiro de 2024 permitirá atribuir médico de família a mais 200 a 300 mil portugueses.

“As urgências do Serviço Nacional de Saúde, entre horário de trabalho dos médicos, horas extraordinárias dos médicos e prestação de serviços, consomem um pouco mais de 18 milhões horas de trabalho, e isso deve merecer uma preocupação em matéria de reorganização dos serviços”, alertou Pizarro. “Nós não podemos continuar a viver num sistema que está baseado na multiplicação de horas extraordinárias dos profissionais, em geral, e dos médicos, em particular”, reconheceu.

Segundo o ministro, “temos que criar um modelo onde o recurso à urgência esteja reservado para as pessoas que efetivamente precisam do serviço de urgência”.

Por outro lado, Pizarro apresentou a solução de a “porta do acesso ao SNS” ser regulada pelo SNS 24, valorizar o atendimento nos cuidados de saúde primários e reorientar a procura. Esta última medida tem sido testada nos concelhos da Póvoa de Varzim e de Vila do Conde – “com um grande sucesso, que esperamos que seja agora ampliado”, afirmou o ministro.

“O Governo parece que culpa todos, utentes, médicos, sem resolver o problema, e a única solução que tem é encerrar”, disse Isabel Pires, do Bloco de Esquerda, sobre as urgências.

Para o deputado Miguel Santos, do PSD, as respostas do ministro não foram satisfatórios e o responsável não conseguirá dar respostas enquanto a guerra com os profissionais de saúde se mantiver.

Isabel Pires concordou que o Governo continua em guerra com os profissionais de saúde, acrescentando que “continua a estar em guerra com vários profissionais dos serviços públicos”. “O maior inimigo do SNS, neste momento, está mesmo a ser o Governo”, referiu ainda.

HN/RA

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