“O Serviço Nacional de Saúde tem dificuldades que eu nunca escondi e que nunca desvalorizei, mas o Serviço Nacional de Saúde continua hoje, como sempre, a ser o porto seguro para os portugueses”, afirmou Manuel Pizarro à margem do 32.º Congresso da Ordem dos Médicos Dentistas a decorrer em Matosinhos, no distrito do Porto.
Reafirmando reconhecer os problemas e constrangimentos que existem no SNS, o governante considerou que o funcionamento em rede das instituições tem permitido até hoje colmatar essas dificuldades.
“Continuaremos a trabalhar sempre para garantir que o SNS seja essa resposta às necessidades dos cidadãos”, frisou.
Questionado ainda sobre eventuais constrangimentos nos serviços de urgência de ginecologia e obstetrícia do Centro Hospitalar Universitário de São João, no Porto, Pizarro salientou que aquela unidade hospitalar tem um serviço materno e uma maternidade de “altíssima diferenciação técnica”.
“É um lugar muito seguro para as pessoas se dirigirem para poderem ter os seus filhos”, concluiu.
Na terça-feira, o diretor clínico do Centro Hospitalar Universitário de São João, Roberto Roncon, revelou, em entrevista à Lusa, que no que se refere à especialidade de ginecologia e obstetrícia, mais especificamente na resposta às grávidas, pode vir a ser necessário recorrer a hospitais vizinhos.
“As situações mais programadas [partos induzidos e cesarianas não urgentes por exemplo] podem vir a ser orientadas para outras unidades hospitalares que façam parte, não do eixo, mas da rede”, explicou, dando como possíveis opções o Hospital de Gaia ou o Centro Materno Infantil do Norte.
Mais de 30 hospitais do país estão a enfrentar constrangimentos e encerramentos temporários de serviços devido à dificuldade das administrações para completarem as escalas de médicos, na sequência de mais de 2.500 médicos terem entregado escusas ao trabalho extraordinário, além das 150 horas anuais obrigatórias, em protesto após mais de 18 meses de negociações sindicais com o Governo.
Esta crise já levou o diretor executivo do SNS, Fernando Araújo, a admitir que este mês poderá ser dramático, caso o Governo e os sindicatos médicos não consigam chegar a um entendimento.
LUSA/HN
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