Em declarações à Lusa, o bastonário da Ordem dos Médicos referiu que “nos últimos 12 meses houve um aumento de casos” da celulite necrotizante, doença que origina úlceras na pele e leva à morte progressiva dos tecidos.
“Nós não deixámos de ter casos. Desde 2016, sempre há casos. Houve uma altura em que tivemos que fechar a enfermaria porque os casos eram mais esporádicos, mas voltou de novo a aparecer os casos [e] parece já ser uma coisa quase endémica”, sublinhou Celso Matos.
O bastonário da Ordem dos Médicos apontou que a enfermaria do Hospital Central Ayres de Menezes “está cheia de casos da celulite necrotizante”, que “continua a aumentar”.
Contactada pela Lusa, a direção do Hospital confirmou que as 19 camas da enfermaria encontram-se lotadas, com 10 homens e 9 mulheres, embora nos últimos tempos as mulheres sejam as mais afetadas pela doença.
O aumento de casos de celulite necrotizante foi um dos temas de estudos apresentados durante as terceiras jornadas científicas da Ordem dos Médicos, realizadas na quarta e na quinta-feira passadas na capital são-tomense.
Segundo Celso Matos, o estudo coordenado pela médica são-tomense Leonilde Tavares, apontou as mudanças climáticas como uma das causas do aumento da doença.
“Podemos constatar que, a nível mundial, o ano 2023 foi o ano mais quente da história, então pode também estar atrás dessa questão desse reaparecimento da celulite com tanta força”, adiantou.
Entre 2016 e 2017 as autoridades são-tomenses registaram mais de mil casos da doença.
As autoridades hospitalares remeteram para a próxima semana mais detalhes sobre o reaparecimento da celulite necrotizante no país.
NR/HN/Lusa
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