Recordando que Ana Paula Martins foi sua antecessora no cargo, Helder Mota Filipe disse ficar “muito contente” com a nomeação, mas frisou que, “mais do que isso, é alguém que tem uma carreira”, do ponto de vista político e profissional, que faz com que tenha o perfil adequado para o cargo.
“Espero muito desta ministra da Saúde”, sublinhou o bastonário, considerando ser fundamental que quem exerce este cargo perceba as razões na origem dos problemas que o Serviço Nacional de Saúde está a atravessar.
Segundo Hélder Mota Filipe, são problemas de organização, “mas também muitos aspetos estratégicos relativamente à maneira como o Serviço Nacional de Saúde, e o sistema de saúde em particular, deve funcionar”.
Para o bastonário, Ana Paula Martins tem “um conhecimento profundo” desta situação até pela experiência mais recente que teve como administradora “do maior hospital do país [Santa Maria, em Lisboa]”.
Neste cargo, adiantou, “esteve em contacto direto com muitos dos problemas que levam às dificuldades, quer da qualidade da prestação de cuidados, quer do acesso, nomeadamente os aspetos relacionados com a degradação das condições dos profissionais de saúde”, nomeadamente dos farmacêuticos.
Helder Mota Filipe salientou que as condições de carreira e de progressão na carreira dos farmacêuticos, bem como os salários, “têm vindo cada vez mais a afetar os farmacêuticos e a fazer com que abandonem o Serviço Nacional de Saúde”.
“A professora Ana Paula Martins tem conhecimento desta situação e, portanto, as expectativas da Ordem dos Farmacêuticos relativamente a este aspeto são obviamente bastante altas”, rematou.
A antiga bastonária da Ordem dos Farmacêuticos Ana Paula Martins vai ser a nova ministra da Saúde, de acordo com a lista de ministros do XXIV Governo Constitucional entregue hoje pelo primeiro-ministro indigitado, Luís Montenegro, ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
Luís Montenegro e os ministros do XXIV Governo Constitucional tomam posse na terça-feira e os secretários de Estado dois dias depois, estando o debate do programa de Governo marcado para 11 e 12 de abril.
LUSA/HN
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