Caso gémeas: Hospital de Santa Maria notificado por tribunal para realizar teleconsulta

14 de Maio 2024

O Hospital de Santa Maria foi notificado pelo Tribunal Administrativo do Círculo de Lisboa para realizar uma consulta ‘online’ às gémeas que receberam um tratamento de milhões de euros em 2020.

“A ULS [unidade local de saúde] Santa Maria confirma a notificação judicial em relação a este caso para realização de consulta não-presencial, tendo de imediato criado condições para que a decisão do tribunal fosse executada”, indicou.

A posição da ULS Santa Maria, segundo a mesma fonte, assentava em “seguir os pareceres clínicos das equipas que acompanham o caso” e em “garantir a equidade em relação a todos os outros casos com a mesma patologia acompanhados pelas suas equipas e que têm consultas presenciais periódicas”.

De acordo com o advogado da família das gémeas, Wilson Bicalho, a teleconsulta “já se passou e decorreu perfeitamente bem”.

Na notificação do tribunal, à qual a Lusa teve acesso, a teleconsulta, que decorreu hoje, visou “uma análise multidisciplinar de observação”, tendo como finalidade a avaliação da função respiratória, um exame neurológico e a avaliação da evolução da função motora, após aplicação da medicação.

O tribunal referiu que a realização da viagem de avião entre Brasil e Portugal poderia ser prejudicial à saúde das crianças, criticando a “má atuação dos médicos da ULS – Santa Maria, que divulgaram dados e informações sobre as gémeas”.

Segundo o tribunal, a difusão de dados fomentou um “jornalismo sensacionalista que divulgou por meses nos ‘media’ a cara das menores e aspetos relacionados com o seu tratamento médico, em desrespeito pelos direitos fundamentais das crianças”.

O caso das duas gémeas residentes no Brasil que adquiriram nacionalidade portuguesa e receberam em Portugal, em 2020, o medicamento Zolgensma, com um custo total de quatro milhões de euros, foi divulgado pela TVI, em novembro passado, e está ainda a ser investigado pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) já concluiu que o acesso à consulta de neuropediatria destas crianças foi ilegal.

NR/HN/Lusa

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