Fonte da Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS) adiantou à agência Lusa que Fernando Araújo teve uma reunião ao fim da tarde com representantes do Ministério da Saúde, sem confirmar se o encontro serviu para entregar o relatório de atividades que foi exigido pelo Governo num prazo de 60 dias.
Em 08 de maio, a mesma fonte referiu que o relatório em causa deveria estar “concluído a até final do corrente mês”, antes do prazo de dois meses que tinha sido estipulado pela ministra da Saúde, Ana Paula Martins.
Quando apresentou a demissão, em conjunto com a sua equipa, o médico Fernando Araújo solicitou que a sua saída da DE-SNS produzisse efeitos no dia seguinte à entrega do documento que tinha sido exigido previamente pelo Ministério da Saúde, o que foi aceite.
Fernando Araújo alegou que teve conhecimento do pedido da elaboração do relatório por correio eletrónico e “na mesma altura que foi divulgado na comunicação social”.
“Não nos furtamos a apresentar o documento solicitado, que já começamos a elaborar, até porque pensamos que se trata não apenas de uma responsabilidade, como de um dever, expor os resultados do trabalho efetuado para que possa ser escrutinado, algo salutar na vida pública”, adiantou o médico no dia em que comunicou a sua demissão.
No comunicado que confirmou que a ministra aceitou a demissão apresentada, o gabinete de Ana Paula Martins referiu ainda que “foi aceite que a cessação do mandato se efetive com a entrega desse relatório no prazo de cerca de 60 dias”.
Fernando Araújo justificou a “difícil decisão” de se demitir para permitir que o Governo possa “executar as políticas e as medidas que considere necessárias, com a celeridade exigida, evitando que a atual direção executiva possa ser considerada um obstáculo à sua concretização”.
A demissão da DE-SNS motivou um requerimento da bancada parlamentar do PS para que Fernando Araújo fosse ouvido na Comissão de Saúde, o que vai acontecer quarta-feira de manhã.
“Estamos, claramente, perante um momento crítico que importa esclarecer e aprofundar. O Grupo Parlamentar do PS considera importante conhecer e perceber em concreto as razões que levaram à demissão de Fernando Araújo e o que ela significa sobre as intenções do Governo sobre a reforma em curso” no Serviço Nacional de Saúde, alegaram os socialistas.
A direção executiva iniciou a sua atividade em 01 de janeiro de 2023, na sequência do novo Estatuto do Serviço Nacional de Saúde (SNS) proposto ainda pela então ministra Marta Temido, com o objetivo de coordenar a resposta assistencial de todas as unidades do SNS e de modernizar a sua gestão.
LUSA/HN
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