Joana Bordalo e Sá: “Não estivemos em condições de assinar um protocolo negocial”

24 de Maio 2024

Joana Bordalo e Sá disse hoje ao HealthNews que a equipa ministerial “mostrou abertura para olhar” novamente para as propostas da FNAM, que só assinará o protocolo negocial se forem incluídas outras questões prioritárias.

“Nós, nesta reunião, não estivemos em condições de assinar um protocolo negocial, de que só tivemos conhecimento no momento da reunião. E dos eixos todos, das soluções que nós tínhamos previamente apresentado, eles apenas incluíram a questão da avaliação do SIADAP, que é um dos nossos eixos; a questão dos médicos internos, sendo que a proposta da FNAM é que eles sejam reintegrados na carreira. Mas faltou, obviamente, a questão das grelhas salariais, a questão da reposição das nossas 35 horas de trabalho e, também, revisitar a questão das USF, da legislação que foi publicada pelo anterior Governo, a questão dos CRI, e revisitarmos também a dedicação plena”, esclareceu Joana Bordalo e Sá.

Ficou marcada nova reunião para dia 25 de junho, “para ver se, efetivamente, eles [eixos prioritários] entram ou não entram”. “Mas nós só estaremos em condições de assinar, pelo menos, se algum destes itens estiverem no protocolo negocial”, adiantou a médica Joana Bordalo e Sá.

“Nós continuamos a ser dos médicos mais mal pagos a nível europeu. A FNAM esteve em Berlim há cerca de duas semanas com os nossos parceiros europeus e, efetivamente, nós estamos na cauda da Europa nessas matérias salariais e não só, de condições de trabalho também. E, portanto, isto tem que ser acautelado”. Caso contrário, médicos de todas as idades continuarão a abandonar o SNS, alertou a presidente da FNAM.

“A falta de médicos não é só a nível das urgências, e sabemos que é pior em Lisboa e Vale do Tejo, a nível da saúde materno-infantil, mas também faltam médicos de família (…). Mesmo a nível da saúde pública também temos uma carência muito grande. A população merece ter médicos no SNS, tem direito a isso. Na FNAM, continuamos com as soluções que nós sabemos que são as únicas capazes de devolver médicos ao SNS, e vamos continuar a lutar por isto”, afirmou a médica.

Joana Bordalo e Sá concluiu: “A mensagem final é que a FNAM vai continuar a defender os interesses dos médicos, mas, acima de tudo, a defender o Serviço Nacional de Saúde. E a nossa estratégia é mesmo de conseguirmos soluções, de conseguirmos pontes para termos mais médicos no Serviço Nacional de Saúde, porque a população tem esse direito.”

HN/RA

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Hospital de Évora ganha especialidade de Cirurgia Maxilofacial

O Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE), integrado na Unidade Local de Saúde do Alentejo Central (ULSAC), conta, desde meados deste mês, com a especialidade de Cirurgia Maxilofacial na sua carteira de serviços, foi hoje anunciado.

Relatório de saúde STADA 2024: sistemas de saúde na Europa precisam de reformas urgentes

Os sistemas de saúde europeus estão em crise e necessitam de uma reforma urgente, revela o Relatório de Saúde da STADA 2024. Este inquérito representativo, que envolveu cerca de 46.000 entrevistados em 23 países europeus, destaca que os sistemas de saúde não conseguem atender adequadamente às necessidades de muitos europeus, levando-os a assumir a responsabilidade pela sua própria saúde.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights