Livre defende papel da UE nas políticas de saúde e mais investimento em ciência

6 de Junho 2024

O cabeça de lista do Livre às eleições europeias defendeu hoje que a União Europeia pode assumir um papel nas políticas de saúde, como teve durante a pandemia, e pediu mais investimento para investigação científica.

“A saúde também pode ser integrada na União Europeia (UE) e, apesar do que os tratados dizem, há margem para sermos mais próximos uns dos outros”, defendeu Francisco Paupério.

De visita à Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP), o candidato do Livre às eleições de 09 de junho regressou a um sítio que lhe é próximo. Ele próprio foi diagnosticado com diabetes há dois anos.

Foi de experiência própria que falou sobre as dificuldades enfrentadas pelos diabéticos, que em Portugal poderiam ser acauteladas com um papel mais ativo da UE nas políticas de saúde, referindo-se à disponibilização e comparticipação dos dispositivos automáticos de insulina.

“Portugal não está isolado do mundo e temos a UE que pode fazer esse caminho. Vemos que noutros países já tínhamos acesso a este tipo de bombas e Portugal ficou para trás porque não está nesse sistema integrado”, explicou.

Recordando a pandemia da covid-19, Francisco Paupério lembrou que a UE se uniu na aquisição e disponibilização de vacinas e defendeu que essa colaboração deveria estender-se também a outros casos.

“Tal como nas vacinas fizemos em conjunto, também podemos fazer para outro tipo de instrumentos que apoiam sobretudo crianças e jovens que têm, muitas vezes, de acordar às três e quatro da manhã todos os dias para medir o açúcar”, sublinhou.

Continuando a campanha focada nos bons exemplos, o “número um” do Livre destacou também a importância do papel da APDP, criada há quase 100 anos e que na altura assegurava o acesso dos doentes mais pobres à insulina, um tratamento caro que não estava acessível a toda a população.

Atualmente, o acesso é gratuito, mas a associação alargou o seu âmbito de ação e serve hoje milhares de diabéticos, através da prestação de cuidados de saúde, da integração social e comunitária e da proteção de pessoas carenciadas.

A Fundação Champalimaud não está nessa fase e, apesar do esforço para democratizar tanto quanto possível o acesso a cuidados de saúde de ponta, por estar na linha da frente da investigação científica e inovação médica ainda não chega a todos.

No Centro Pancreático da fundação, Francisco Paupério visitou as novas instalações, que deverão começar a funcionar em breve, onde tudo foi pensado com o bem-estar do doente enquanto prioridade.

“Queremos mostrar que isto existe em Portugal, com dinheiro também português e muitas vezes estrangeiro”, afirmou, alertando, no entanto, para a necessidade de um maior investimento.

“O papel da UE é fomentar este tipo de projetos e financiar especificamente projetos que têm um impacto positivo na comunidade. Este é um exemplo que ainda não chega a todos, infelizmente, porque trabalha na linha do conhecimento em que temos menos conhecimento e está normalmente associado a custos mais caros”, referiu.

Ainda assim, Francisco Paupério não considera irrealista pensar que a qualidade encontrada naquele centro pode existir igualmente no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

“Sabemos que ainda não chega a toda a gente, mas se não houver este tipo de fundações, este tipo de ciência, este tipo de tecnologia a ser desenvolvido, nunca mais vamos chegar aos outros”, justificou, considerando que “o SNS também tem que se atualizar”.

E falando no SNS, Francisco Paupério, que já idealiza a ida para Bruxelas, assegura que vai continuar a priorizar o serviço nacional.

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Dezenas de ambulâncias parqueadas em hospitais

Este cenário, diz a ANTEM, é um sintoma claro da deterioração do Sistema Integrado de Emergência Médica (SIEM), que enfrenta críticas devido à falta de inovação, educação e planejamento estratégico.

SNS regista défice de 435 milhões de euros em 2023

O Serviço Nacional de Saúde (SNS) registou um défice de 435 milhões de euros em 2023, com a despesa total a aumentar 6,8%, ultrapassando os 14 mil milhões de euros, indica o Conselho das Finanças Públicas (CFP).

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights