Este investimento visa responder “ao crescente número de pedidos para tratamentos de PMA [Procriação Medicamente Assistida]”, lê-se numa resposta escrita enviada à agência Lusa.
O concurso público para a empreitada de construção de Unidade de Medicina de Reprodução foi lançado a 01 de julho e, de acordo com o anúncio publicado em Diário da República, o prazo de execução do contrato é de 90 dias.
A data para início e conclusão das obras não foi revelada, estando dependente de procedimentos junto do Tribunal de Contas.
O CRI-MR da ULSSJ é o primeiro centro de responsabilidade integrado desta área no país.
Este é o único centro no Serviço Nacional de Saúde (SNS) a fazer diagnóstico genético pré-implantação, razão pela qual a unidade do Porto recebe utentes de todo o país, incluindo Madeira e Açores.
Em causa está dar resposta a casais que têm alguma doença genética ou familiar e pretendem não a transmitir aos filhos.
Em novembro, em declarações à agência Lusa, a diretora do CRI-MR, Sónia Sousa descreveu que neste CRI “é feito um tratamento, os embriões são biopsiados ao quinto dia e as células são analisadas para se ver quais não são portadores da mutação responsável pelo gene”.
“Temos uma lista de espera bastante grande, mas neste momento até essa estamos a conseguir diminuir”, referiu.
Hoje, na resposta à Lusa, o conselho de administração da ULSSJ apontou que o CRI-MR “enfrenta desafios significativos devido às suas atuais instalações, que limitam a capacidade de crescimento e podem comprometer a qualidade dos cuidados prestados”.
Na infraestrutura atual, o CRI-MR dispõe de quatro gabinetes de consulta distribuídos por diferentes áreas, uma única sala destinada aos PMA e uma sala de recobro com capacidade para quatro utentes em simultâneo. No entanto, esta infraestrutura não é suficiente para atender a crescente procura dos serviços de PMA, dado o aumento do número de procedimentos e a necessidade continuar a responder atempadamente aos pedidos”, é explicado
Segundo a ULSSJ, também o laboratório do CRI-MR opera no limite da sua capacidade, o que impede o acréscimo de novos equipamentos e pode limitar a capacidade de resposta atempada às solicitações dos utentes.
Com as obras que estão agora a ser projetadas, está prevista a criação de uma área de espera “mais confortável e privada, salas de consulta e de procedimentos com maior privacidade, entre outras melhorias no design e decoração dos espaços para promover calma e bem-estar”.
O projeto inclui tecnologias “para facilitar a comunicação e a formação contínua dos profissionais em práticas de atendimento humanizado, com vista a aumentar a satisfação dos utentes, reduzir o stress e a ansiedade e contribuir para melhores resultados clínicos, fortalecendo a confiança e colaboração entre utentes e equipa clínica”.
“Além disso, visa proporcionar melhores condições para a formação pré e pós-graduada, criando um ambiente adequado para o desenvolvimento e aperfeiçoamento dos profissionais na área da Medicina da Reprodução”, concluiu.
LUSA/HN
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