O ministro da Saúde da RDCongo apresentou ao Conselho de Ministros, na sexta-feira, a “situação epidemiológica relativa a certas doenças, nomeadamente a varíola dos macacos”, indicando que há um “aumento exponencial do número de casos”, afirmou hoje o porta-voz do Governo, Patrick Muyaya.
Até à data, “o número acumulado de casos é de 11.166 casos suspeitos, incluindo 450 mortes”, representando uma letalidade de 4%, referiu, acrescentando que a província de Equateur, na zona ocidental do país, é “a mais afetada”.
Entre as medidas tomadas para combater a doença estão “os cuidados médicos, o acompanhamento dos contactos com as respetivas zonas de saúde, a promoção da vigilância de base comunitária”, aponta o relatório.
A 11 de julho, a Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou para a ameaça à saúde global representada pela “mpox”, dando nota da sua preocupação com o surto de uma nova e mais mortal estirpe do vírus na RDCongo.
A OMS afirmou, nessa altura, ter recebido relatos de casos em 26 países durante o último mês.
Esta epidemia “não dá sinais de abrandamento”, declarou o diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, numa conferência de imprensa, enquanto Rosamund Lewis, especialista da OMS em “varíola dos macacos”, sublinhou que a organização está “muito preocupada”.
“Existe o risco de o vírus atravessar as fronteiras e continuar a circular, porque as fronteiras são muito porosas com os países vizinhos”, afirmou Lewis.
A “mpox” foi descoberta pela primeira vez em seres humanos em 1970, na atual RDCongo, com a propagação do subtipo Clade 1, que desde então tem estado confinado principalmente a países da África Ocidental e Central, sendo os doentes geralmente alvo de contágio por animais infetados, por exemplo, ao comerem carne de animais selvagens.
Mas em maio de 2022, surgiram infeções pelo vírus Mpox em todo o mundo.
Desde setembro último, uma nova estirpe do Clade, ainda mais mortal, tem vindo a propagar-se na RDCongo, sendo também transmitida através do contacto sexual, tendo a epidemia começado entre as pessoas que se prostituem.
A epidemia mundial de “varíola dos macacos” levou a OMS a declarar uma emergência de saúde pública de âmbito internacional em julho de 2022.
LUSA/HN
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