“A primeira reunião do comité de emergência convocada pelo diretor-geral da OMS [Tedros Adhanom Ghebreyesus] acerca do ressurgimento do mpox 2024 está marcada para quarta-feira, 14 de agosto (…) a partir das 12:00”, 11:00 em Lisboa, anunciou a OMS numa nota enviada aos jornalistas, citada pela agência France-Presse.
Esta reunião ‘online’ será, como é habitual, realizada à porta fechada.
“A comissão dar-me-á o seu parecer sobre se o surto constitui uma emergência de saúde pública de interesse internacional e, em caso afirmativo, aconselhar-me-á sobre as recomendações temporárias a tomar”, indicou Tedros Adhanom Ghebreyesus na rede social X.
O diretor-geral da OMS anunciou na quarta-feira que iria convocar o comité de emergência “o mais rapidamente possível”.
Uma emergência de saúde pública de preocupação internacional é o alerta mais elevado que a OMS pode emitir. É o líder da OMS que o pode lançar, sob recomendação do comité.
Anteriormente conhecida como varíola dos macacos, a mpox é uma doença viral que se propaga dos animais para os humanos, mas também é transmitida através do contacto físico próximo com uma pessoa infetada com o vírus.
Denominada “clade 1b”, uma nova estirpe de mpox detetada na República Democrática do Congo (RDCongo) em setembro de 2023 e depois notificada em vários países vizinhos, levanta receios de uma propagação deste vírus. Segundo o responsável da OMS, o clado 1b “provoca doenças mais graves do que o clade 2”.
A RDCongo é o país mais afetado, com, até 03 de agosto, 14.479 casos confirmados e suspeitos e 455 mortes, uma letalidade de cerca de 3%, segundo a agência de saúde da União Africana.
Na quinta-feira, a agência de saúde da União Africana (UA) declarou que a OMS vai, “provavelmente, declarar uma emergência de saúde pública” na próxima semana em resposta à epidemia da “varíola dos macacos” em África, anunciou hoje o seu diretor.
A mpox foi descoberta pela primeira vez em humanos em 1970, no que é hoje a RDCongo (antigo Zaire), com a disseminação do subtipo do clade 1 (cuja nova variante é uma mutação), principalmente limitada desde então aos países da África Ocidental e Central, os doentes geralmente contaminados por animais infetados.
Em 2022, uma epidemia global, transmitida pelo subtipo do clade 2, espalhou-se por cerca de uma centena de países onde a doença não era endémica, afetando principalmente homens homossexuais e bissexuais.
A OMS decretou então o alerta máximo em julho de 2022 face a este surto de casos no mundo, e levantou-o menos de um ano depois, em maio de 2023. A epidemia causou cerca de 140 mortes em cerca de 90.000 casos.
LUSA/HN
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