Segundo o relato do marido da grávida à CNN, no dia 05 de agosto, quando a urgência de Obstetrícia estava encerrada, a mulher sofreu um aborto espontâneo enquanto tomava banho. O casal dirigiu-se de imediato para a urgência hospitalar, a cerca de meia hora da sua residência, com o feto “dentro de um saco”. Enquanto a mulher aguardava no veículo, com hemorragias, o homem dirigiu-se à portaria do hospital para pedir ajuda, informando os porteiros da situação. Contudo, foi-lhe dito que o hospital não estava a atender grávidas e foi aconselhado a telefonar para os números indicados no cartaz afixado na porta.
O comandante dos Bombeiros de Caldas da Rainha, Nelson Cruz, confirmou a veracidade das declarações do marido da vítima. No entanto, a Unidade Local de Saúde (ULS) do Oeste, responsável pelo hospital, apresentou uma versão diferente dos factos. Segundo a ULS, o homem não mencionou o motivo da sua vinda ao hospital nem forneceu informações relevantes sobre a necessidade de assistência médica da sua esposa.
O hospital afirma que só tomou conhecimento do estado de saúde da mulher quando foi contactado pelo Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU), após ter sido acionada uma ambulância dos bombeiros. Nesse momento, uma médica obstetra deu instruções para que a utente fosse admitida na urgência e prontamente assistida.
Porém, o comandante Nelson Cruz contrapõe esta versão, afirmando que, antes do contacto do CODU com o hospital, o marido da grávida insistiu na urgência para que a mulher fosse atendida, recebendo como resposta que uma médica se deslocaria ao veículo onde ela se encontrava, o que não se verificou.
Face a esta situação, a ULS Oeste instaurou uma “ação de controlo interno” para aferir os procedimentos internos relativos a contingências na urgência de Ginecologia/Obstetrícia e está a colaborar nos inquéritos abertos pela Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) e pela Entidade Reguladora dos Serviços de Saúde (ERSE).
NR/HN/Lusa
0 Comments