Segundo a Repórteres sem Fronteiras (RSF), Zhang Zhan foi detida quando se encontrava de visita à sua cidade natal e levada para Xangai, onde estava sob intensa vigilância desde a sua libertação.

De acordo com a ONG China Human Rights Defenders (CHRD), a bloguista foi detida ao tentar deslocar-se à província de Gansu para “resgatar” um jovem ativista recentemente detido. Há dois dias que não se tem notícias sobre o paradeiro de Zhang Zhan.

Em fevereiro de 2020, Zhang viajou para Wuhan e, durante três meses, analisou a resposta das autoridades ao surto do coronavírus, divulgando informações nas redes sociais e mostrando imagens de crematórios e hospitais lotados. A bloguista chegou a fazer greve de fome durante a sua detenção, tendo sido detida em maio de 2020 pela polícia e transferida para Xangai, onde foi condenada, em dezembro, a quatro anos de prisão por “provocar discussões e problemas”.

O confinamento de Wuhan no final de 2019 marcou o início de uma série de restrições que acabaram por se espalhar por todo o mundo. Desde o início da pandemia, as autoridades chinesas detiveram numerosos ativistas que tentaram relatar o que estava a acontecer na “zona zero” da Covid-19.

A nova detenção de Zhang Zhan levanta preocupações sobre a liberdade de expressão e a perseguição a ativistas e jornalistas na China. As organizações de defesa dos direitos humanos apelam à libertação imediata da bloguista e à garantia da sua segurança e bem-estar.

NR/HN/Lusa