Seis utentes da Maternidade Alfredo da Costa chegaram sem pré-triagem à urgência

16 de Dezembro 2024

Seis das 16 utentes que procuraram a urgência de ginecologia e obstetrícia da Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa, até ao meio-dia de hoje, não fizeram a pré-triagem telefónica obrigatória desde hoje em alguns hospitais, segundo a instituição.

“Desde a meia-noite até ao meio-dia tivemos 16 admissões. Destas, 10 chegaram com a referenciação do SNS 24”, disse à Lusa uma fonte oficial da Unidade Local de Saúde (ULS) São José, que integra o projeto-piloto do novo modelo de funcionamento das urgências destas especialidades que arrancou hoje em várias maternidades.

Uma utente não quis ligar para a Linha SNS 24 e as restantes cinco foram convidadas a contactar o serviço, o que fizeram, disse a mesma fonte, sublinhando que todas foram atendidas no serviço de urgência.

Questionada sobre a afluência a este serviço, a fonte da ULS São José, que integra a Maternidade Alfredo da Costa, disse que “foi uma segunda-feira aparentemente normal, dentro do expectável”.

Já fonte da ULS Loures-Odivelas, que integra o Hospital Beatriz Ângelo, adiantou à Lusa que, desde a meia-noite de hoje, foram feitas 32 admissões, 10 das quais referenciadas pela linha SNS24.

Deste grupo de utentes, 18 foram triadas com pulseira amarela, três com laranja e 11 com verde, referiu a unidade de saúde, ao adiantar que, tendo em conta a necessidade de adaptação a este novo método de encaminhamento, ainda foram hoje admitidas grávidas não referenciadas pelo SNS24.

Desde a meia-noite de hoje que as grávidas têm de ligar para a Linha SNS Grávida (808 24 24 24) antes de recorrerem à urgência hospitalar de Obstetrícia e Ginecologia.

O novo modelo das urgências arrancou em fase piloto em 11 ULS de Lisboa e Vale do Tejo e no Hospital de Leiria e em três unidades que aderiram voluntariamente ao projeto (Hospital de Gaia, Hospital de Portalegre e Centro Materno Infantil do Norte).

Segundo o Ministério da Saúde, “ao final de três meses haverá lugar a uma avaliação do impacto, para que o plano possa ser estendido a todo o país”.

As ULS envolvidas nesta primeira fase são Santa Maria, São José (Maternidade Alfredo da Costa), Lisboa Ocidental (Hospital S. Francisco Xavier), Amadora Sintra, Odivelas/Loures (Hospital Beatriz Ângelo), Estuário do Tejo (Hospital Vila Franca de Xira), da Lezíria (Hospital de Santarém), Médio Tejo (Hospital de Abrantes), Oeste (Hospital das Caldas da Rainha), ULS Leiria e Hospital de Cascais.

A partir de janeiro de 2025, as ULS da Península de Setúbal irão também aderir ao projeto.

Segundo a portaria publicada na sexta-feira em Diário da República, serão colados cartazes à porta das urgências a informar desta necessidade de pré-triagem telefónica, indicando que apenas serão atendidas situações urgentes e exemplos concretos desses casos que podem ocorrer durante a gravidez, nas primeiras seis semanas após o parto ou em qualquer altura da vida.

A pré-triagem telefónica deverá ser feita preferencialmente por enfermeiros especialistas em saúde materna e obstétrica, indica a portaria, acrescentando que os hospitais usarão os mesmos algoritmos da Linha SNS Grávida/Ginecologia na triagem presencial da urgência, que prevalecerá sobre a triagem telefónica.

Os hospitais poderão adicionalmente criar uma pré-triagem telefónica própria, em articulação direta com a linha SNS Grávida/Ginecologia, acrescenta.

Mas há exceções para situações com forte suspeita de poderem representar risco iminente de vida, designadamente a perda de consciência, convulsões, dificuldade respiratória, hemorragia abundante, traumatismo grave ou dores muito intensas.

A portaria estabelece ainda condições para hospitais que possam querer juntar-se a este projeto-piloto, como, por exemplo, terem consulta aberta hospitalar para situações obstétricas e ginecológicas em horário adaptável à procura, mas em funcionamento todos os dias úteis, assim como criarem um mecanismo para agendamento célere na consulta aberta hospitalar, nas consultas abertas nos Cuidados de Saúde Primários e em consultas regulares no hospital.

LUSA/HN

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