Sudão: Banco Mundial, OMS e Unicef assinam acordo de 80 ME para melhorar sistema de saúde

13 de Janeiro 2025

O Banco Mundial, a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Unicef assinaram um acordo de cooperação no valor de 80 milhões de euros que visa melhorar o sistema de saúde no Sudão, anunciou hoje a OMS.

“O Banco Mundial, a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) assinaram um acordo de 82 milhões de dólares [cerca de 80 milhões de euros] para melhorar o acesso a serviços de saúde essenciais para mais de oito milhões de pessoas vulneráveis em todo o Sudão e reforçar o sistema de saúde no país”, referiu a OMS em comunicado.

O projeto de Assistência e Resposta à Saúde em Emergências no Sudão (SHARE, na sigla em inglês) “exemplifica o compromisso da OMS em garantir que as comunidades no Sudão tenham acesso a serviços de saúde vitais, especialmente em tempos de crise”, disse o representante da OMS no Sudão, Shible Sahbani, citado no comunicado.

Mais de 70% dos hospitais e instalações de saúde nas zonas em guerra no Sudão, desde 15 de abril de 2023, não estão operacionais pois foram danificados ou destruídos ou não existem recursos, segundo dados da OMS.

“No Sudão, os sistemas que fornecem às crianças e famílias vulneráveis serviços essenciais estão à beira do colapso”, afirmou o representante da Unicef para o Sudão, Sheldon Yett.

Este programa vai permitir “lançar as bases para melhorias do sistema [de saúde] a longo prazo”, segundo a nota de imprensa.

Serão fornecidos medicamentos essenciais e serviços de nutrição materna, neonatal e infantil, será tratada a desnutrição grave e serão reforçadas as campanhas de vacinação e as “ações regulares de sensibilização para chegar às crianças e famílias mais vulneráveis das comunidades deslocadas e de acolhimento”, indicou.

“Os parceiros investirão igualmente na melhoria dos sistemas de vigilância das doenças, no equipamento dos centros de operações de emergência e na formação de equipas de resposta rápida, a fim de reforçar a preparação dos sistemas de saúde e a resposta a emergências nas comunidades vulneráveis”, concluiu.

Em 12 de janeiro, o Presidente do Conselho de Soberania de Transição do Sudão, Abdel Fattah Al-Burhan, recusou conversar com os rebeldes e com os países que os apoiam, durante um encontro com o chefe de Estado guineense, Umaro Sissoco Embaló.

O general sudanês Al-Burhan chegou nesse dia a Bissau para aquela que é a primeira visita de um Presidente sudanês à Guiné-Bissau com o propósito discutir com o homólogo a atual situação política do Sudão e dos países africanos em geral.

Perante uma guerra civil que dura há quase dois anos, o Presidente de transição do Sudão afirmou que não vai negociar com os rebeldes, nem com os países que os apoiam e defendeu que os países africanos têm de deixar de procurar fora soluções para os seus problemas e tomar a iniciativa.

O conflito no Sudão opõe as Forças Armadas Sudanesas (SAF) lideradas pelo Presidente Abdel Fattah Al-Burhan, e as Forças de Apoio Rápido (RSF) comandadas por Mohamed Hamdan Dagalo, anteriormente aliado de Al-Burhan, com consequências que as Nações Unidas já classificaram da pior crise de deslocados do mundo, com dezenas de milhares de mortos e de refugiados, além da escassez de alimentos.

No encontro em Bissau, o Presidente guineense prometeu que “a Guiné-Bissau vai fazer tudo para usar a sua influência para alcançar a paz no Sudão e também fazer com que os irmãos se sentem à mesa porque só na base do diálogo” se pode alcançar um entendimento.

Sissoco Embaló lembrou que a Guiné-Bissau “já tem essa experiência” da guerra civil, em 1998, e defendeu que as partes em conflito no Sudão “têm que falar” para encontrar uma solução.

lusa/HN

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