Plano de Emergência e Transformação da Saúde: Execução a 55%, afirma Carlos Robalo Cordeiro

29 de Janeiro 2025

O coordenador do grupo de trabalho responsável pelo acompanhamento da implementação do Plano de Emergência e Transformação da Saúde, Carlos Robalo Cordeiro, defendeu hoje que a iniciativa do Governo não pode ser considerada um fracasso.

Em declarações no parlamento, o médico argumentou que muitas das medidas previstas no plano estão programadas para serem executadas ao longo dos próximos anos.

“Não se pode considerar um fracasso não termos números mais elevados, especialmente porque muitas das medidas estruturantes têm prazos de dois anos ou mesmo para toda a legislatura”, disse Carlos Robalo Cordeiro, durante uma audição solicitada pelo PS na Comissão Parlamentar de Saúde. O plano, aprovado em maio de 2024, inclui 54 medidas urgentes, prioritárias e estruturantes, das quais 55% estão atualmente em execução.

O pneumologista destacou que a maioria das medidas encontra-se em curso, mas a sua não conclusão deve-se à “dinâmica e à realidade” que dificultaram o cumprimento dos prazos estabelecidos. Embora reconheça que o plano apresenta “problemas, dúvidas e insuficiências”, Robalo Cordeiro sublinhou a relevância deste documento para um setor que enfrenta “problemas acumulados há muito tempo”.

Durante a sua apresentação, o médico ressaltou a “mudança de paradigma” trazida pelas novas abordagens aos serviços de saúde, como a linha SNS 24, que já conseguiu desviar entre 25% a 30% dos utentes dos serviços de urgência para cuidados primários e teleconsultas. Além disso, referiu que o programa OncoStop, que visa reduzir a lista de espera para cirurgias oncológicas, levou a uma diminuição significativa de doentes à espera de tratamento.

Carlos Robalo Cordeiro também mencionou a linha SNS Grávida, que permitiu retirar mais de 30% de grávidas dos serviços de urgência, mas alertou para a exequibilidade de certas medidas, como a separação completa das especialidades de obstetrícia e ginecologia, que poderá ser difícil em algumas regiões do país.

Por fim, o coordenador do grupo de trabalho reafirmou que, apesar das dificuldades, não classificaria o plano de forma negativa, tendo em conta as várias condicionantes em jogo, e prometeu que a sua equipa irá disponibilizar mais informações credíveis e trabalhadas em breve, após críticas da oposição sobre a falta de dados do Governo.

NR/LUSA/HN

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