No requerimento, o grupo parlamentar do PCP diz ter sido confrontado no final da semana passada “com a intenção do Governo de encerrar definitivamente as urgências de obstetrícia/ginecologia no Hospital de Nossa Senhora do Rosário, no Barreiro, concentrando a resposta no Hospital Garcia de Orta”, em Almada.
“Tal opção é prejudicial para os utentes dos concelhos de Alcochete, Barreiro, Moita e Montijo, em especial para as mulheres grávidas e respetivas famílias, que ficam sem o serviço de urgência na sua área de residência”, critica o partido, no requerimento assinado pela líder parlamentar Paula Santos.
Os deputados salientam que, há cerca de dois anos, o serviço de urgência de obstetrícia/ginecologia no Hospital do Barreiro “tem encerrado rotativamente”.
“Houve mesmo momentos em que as três urgências de obstetrícia/ginecologia da Península de Setúbal estiveram encerradas. O PCP opôs-se ao encerramento rotativo das urgências e chamou a atenção que poderia ser um passo para o encerramento definitivo”, recordam.
Para o PCP, “não foram adotadas as soluções necessárias para resolver o problema da carência de profissionais de saúde para assegurar o adequado funcionamento dos serviços públicos de saúde” e o encerramento do serviço de urgência de obstetrícia do Hospital do Barreiro “não é solução e configura um retrocesso no acesso à saúde”.
“Exige-se esclarecimentos do Governo relativamente a esta questão, por isso o Grupo Parlamentar do Partido Comunista Português requer a audição na Comissão de Saúde da senhora ministra da Saúde, com caráter de urgência”, justificam.
Na sexta-feira, os deputados do PSD eleitos pelo distrito de Setúbal pediram uma reunião urgente à ministra Ana Paula Martins sobre a possibilidade de encerramento da maternidade do Hospital do Barreiro, defendendo que essa “não pode ser solução”.
Ana Paula Martins tinha afirmado nesse dia que o Governo iria estudar a proposta de um grupo de peritos para a criação de um centro maternoinfantil na Península de Setúbal e de integração do Hospital do Barreiro e do Hospital Garcia de Orta (Almada), num regime de urgência metropolitana.
A ministra da Saúde defendeu que a proposta da Comissão Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente, coordenada por Caldas Afonso e entregue na semana passada ao Governo para a criação de um centro maternoinfantil na Península de Setúbal, já foi testada com sucesso no norte.
A proposta surge após a tutela “reconhecer que, no último um ano e meio ou dois anos, a Península de Setúbal tem tido muitas dificuldades em conseguir dar resposta à área obstétrica e isso é muito penalizador para as mulheres e famílias”, realçou.
Nessa ocasião, Ana Paula Martins salientou que “o Ministério da Saúde ainda não tomou uma decisão” e assegurou que o Governo só avançará com alterações após falar com os autarcas das áreas abrangidas, conselhos de administração e equipas hospitalares.
NR/HN/Lusa
0 Comments