Moçambique foi país da CPLP que mais ajuda recebeu da USAID em 2023

5 de Fevereiro 2025

Moçambique foi o membro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) que mais ajuda recebeu da Agência Norte-Americana para o Desenvolvimento Internacional (USAID, em inglês) em 2023, totalizando 664,122 milhões de dólares (639,70 milhões de euros).

Moçambique foi o membro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) que mais ajuda recebeu da Agência Norte-Americana para o Desenvolvimento Internacional (USAID, em inglês) em 2023, totalizando 664,122 milhões de dólares (639,70 milhões de euros).

Os dados constam numa das poucas páginas eletrónicas na internet que ainda contêm informações oficiais da USAID após uma decisão do Governo de Donald Trump de desmantelar a agência, sendo que 2023 é o ano fiscal mais recente para o qual há informações completas.

A USAID desembolsou um total de 72 mil milhões de dólares (69,35 mil milhões de euros) no ano fiscal de 2023, com a maior parte da ajuda — mais de 16,6 mil milhões de dólares (16 mil milhões de euros) — enviada à Ucrânia.

No universo da CPLP, Angola seguiu-se a Moçambique na lista de maiores recetores de auxílio da USAID no ano fiscal de 2023, com 71,320 milhões de dólares (68,7 milhões de euros), à qual se juntaram, por ordem decrescente, o Brasil com 68,985 milhões de dólares (66,45 milhões de euros) e Timor-Leste com 43,688 milhões de dólares (42,08 milhões de euros).

Seguiu-se Cabo Verde, com 2,961 milhões de dólares (2,85 milhões de euros) desembolsados pela agência norte-americana, Guiné-Bissau, com 2,910 milhões de dólares (2,80 milhões de euros), a Guiné Equatorial, com 658,7 mil dólares (634,48 mil euros), São Tomé e Príncipe, com 216,379 mil dólares (208,42 mil euros) e, por fim, Portugal, com 6.482 dólares (6.243 euros), segundo dados públicos sobre a assistência externa norte-americana.

A USAID é o maior doador individual do mundo, distribuindo assistência que vai desde a saúde das mulheres em zonas de conflito até ao acesso a água limpa, tratamentos para o HIV/SIDA ou segurança energética.

Nos primeiros dias do seu segundo mandato, o Presidente norte-americano, Donald Trump, suspendeu toda a ajuda internacional durante 90 dias, com exceção dos programas humanitários alimentares e da ajuda militar a Israel e ao Egito.

O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, será o novo diretor interino da USAID, que acusou de estar “completamente desprovida de capacidade de resposta”, criticando a “insubordinação” naquele organismo.

A USAID – cuja página eletrónica na Internet desapareceu no sábado sem explicação – tem sido uma das agências federais mais visadas pela nova administração.

Trump, assim como o responsável pelo Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês), o empresário Elon Musk, e alguns congressistas republicanos têm criticado a USAID – que supervisiona programas humanitários, de desenvolvimento e de segurança em cerca de 120 países – em termos cada vez mais duros, acusando-a de promover causas progressistas.

Espera-se que a África subsaariana seja a região mais afetada por esta decisão.

Moçambique, por exemplo, teve atribuídos em 2023 dezenas de milhões de dólares para a programas relacionados com o HIV/SIDA e de emergência alimentar.

Especialistas avaliaram que os efeitos nos programas de HIV ainda não estão claros, mas as consequências podem ser rápidas e até perigosas.

A primeira-ministra moçambicana, Maria Benvinda Levi, admitiu na semana passada que o setor da saúde será o mais afetado por esta suspensão do financiamento a programas de ajuda por parte da administração norte-americana.

“É um grande desafio porque o apoio dos Estados Unidos é um apoio extremamente importante, particularmente nas áreas sociais. Então, nós teremos que ver, com os nossos recursos, como é que podemos redirecionar alguns recursos para essas áreas, para que elas não fiquem sem nenhuma estrutura de desenvolverem as suas atividades”, disse a governante.

“O principal apoio [norte-americano] é para a área da saúde, mas há outros setores que têm apoios menos significativos”, reconheceu.

NR/HN/Lusa

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