Numa carta enviada à ministra da Saúde, a bastonária da Ordem dos Biólogos, Maria de Jesus Fernandes, expressa desagrado e inquietação pela ausência de valorização profissional dos Biólogos Clínicos no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e exigiu “medidas urgentes para corrigir décadas de negligência”.

Para a bastonária, esta falta de valorização profissional torna-se ainda mais injusta perante as recentes revisões e valorizações anunciadas pelo Governo para outras carreiras profissionais do SNS.

“É inadmissível continuar a negligenciar a importância crucial que os biólogos clínicos têm no funcionamento diário dos laboratórios. Estes profissionais são fundamentais não só pela sua competência técnica e científica, mas também pela sua dedicação e empenho constante na prestação de serviços essenciais ao país”, escreve a bastonária, citada num comunicado da ordem.

A Bastonária adverte que a ausência prolongada de medidas concretas para a valorização profissional “não só prejudica os profissionais, como coloca em risco a qualidade dos cuidados prestados aos cidadãos”.

A Ordem exige por isso a inclusão imediata dos biólogos na lista de profissões regulamentadas com impacto na Saúde e uma clarificação urgente do decreto-lei de janeiro que alterou o regime das carreiras farmacêuticas e reconheceu o título de especialista concedido pelas ordens profissionais.

Segundo a Ordem, a interpretação ambígua deste diploma tem levado a desigualdades de aplicação por parte das várias entidades de saúde, o que tem impacto direto na integração dos biólogos especialistas e pode comprometer a sua progressão de carreira.

“Esta situação coloca estes profissionais numa posição insustentável, afetando a sua estabilidade profissional e, consequentemente, a qualidade dos serviços prestados às comunidades. Está em causa o futuro destes trabalhadores e a própria eficácia do sistema laboratorial em Portugal”, alerta a bastonária.

Segundo o comunica, a Ordem dos Biólogos reitera a sua total disponibilidade para trabalhar com o Ministério da Saúde na rápida aplicação destas medidas, considerando “imperativo agir agora, em nome da justiça profissional e da saúde pública”.

NR/HN/Lusa