O ministro reconheceu que nem ele próprio é “capaz de dizer exatamente quantas” são as organizações que chegam à Guiné-Bissau com o propósito de colmatar as faltas do sistema nacional de saúde.
À margem da inauguração do novo bloco cirúrgico do hospital Catarina Troiana, em N´hnacra, o governante disse saber apenas que “são tantas” e que a situação “não pode continuar assim”.
O hospital, conhecido como centro sanitário, foi criado por uma missionária italiana e contou com o apoio da associação portuguesa ANA (Acolher, Nutrir, Amar) para a instalação do bloco.
Estas organizações e parcerias dão resposta às populações onde o Estado não chega, mas o Estado não sabe onde elas estão, nem quantas são.
“Houve uma descoordenação em termos de identificar quais as organizações que trabalham na Guiné no domínio da saúde”, declarou o ministro.
Segundo Pedro Tipote, o Governo está agora a trabalhar para que as organizações no terreno sejam identificadas, acompanhadas e que seja avaliado também o seu desempenho, através do Ministério da Saúde.
A falta de informação do que está a ser feito tem implicações “em termos de dados, em termos de cuidados, em termos de programação, em termos de atendimento”, disse.
“Eu peço que as organizações que atuam no sistema de saúde da Guiné-Bissau devem colaborar com o Ministério da Saúde, no sentido de estarmos na mesma linha”, apelou.
O Governante apontou o exemplo da associação portuguesa ANA que tem no terreno uma missão para realizar cem cirurgias oftalmológicas no novo bloco.
Pedro Tipote salientou que, se estes doentes forem operados e se o Ministério da Saúde não fosse informado, os dados estatísticos seriam falsos, porque haverá menos cem pessoas a necessitar deste cuidado de saúde.
O Governo considerou também necessário saber quem está no terreno para melhor “identificar as necessidades, de modo a poder melhor prestar o serviço e assistir a Guiné-Bissau”.
NR/HN/Lusa
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