Investigadores identificam zonas do cérebro necessárias para memorizar palavras

20 de Março 2025

Neurocientistas e neurocirurgiões no Reino Unido identificaram as zonas do cérebro necessárias para memorizar palavras e como estas são afetadas por um tipo comum de epilepsia, doença neurológica caracterizada por convulsões, foi hoje divulgado.

A investigação, feita por uma equipa da University College London, concluiu que a redução da parte frontal e lateral do cérebro (córtices pré-frontal, temporal e cingulado e hipocampo) está associada à dificuldade em memorizar palavras.

O estudo, divulgado na publicação científica Brain Communications, realça como “a rede envolvida na criação e armazenamento de memórias de palavras está dispersa por todo o cérebro”, refere a universidade britânica em comunicado, acrescentando que isso “é particularmente crucial para ajudar a compreender condições como a epilepsia, em que os doentes podem ter dificuldade em recordar palavras”.

Os neurocientistas esperam que as conclusões do seu trabalho ajudem a orientar o tratamento neurocirúrgico de doentes com epilepsia, evitando lesões nas zonas do cérebro importantes para a linguagem e a memória.

No estudo, os investigadores examinaram 84 doentes com epilepsia do lobo temporal e esclerose hipocampal e 43 pessoas saudáveis.

Exames de ressonância magnética de alta resolução foram usados para medir o tamanho e a forma de diferentes partes do cérebro, incluindo o córtex cerebral (a camada externa do cérebro responsável pelo pensamento, memória, atenção, perceção, consciência e linguagem) e áreas específicas dentro do hipocampo (a parte do cérebro que ajuda na aprendizagem, memória e navegação espacial).

Todos os participantes no estudo foram submetidos a testes padronizados para avaliar a sua memória verbal.

A equipa de neurocientistas e neurocirurgiões da University College London comparou as pontuações dos testes de memória com os tamanhos de diferentes zonas do cérebro para ver se as áreas cerebrais mais pequenas estavam associadas a uma pior memória.

Os investigadores verificaram que tamanhos mais pequenos em certas áreas do cérebro, como os córtices pré-frontal, temporal e cingulado e partes do hipocampo, estavam ligados a uma pior memória de palavras em pessoas com epilepsia com origem nos lobos temporais.

Para os autores do estudo, a descoberta feita revela-se igualmente importante para compreender como o cérebro organiza e memoriza as palavras.

lusa/HN

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