Cerca de 1,3 milhões de crianças nigerianas e etíopes enfrentarão risco agravado de fome

22 de Março 2025

Cerca de 1,3 milhões de crianças subnutridas nigerianas e etíopes enfrentarão um risco agravado de fome nos próximos dois meses porque a Unicef não terá ajuda alimentar disponível devido a cortes de financiamento internacional, anunciou hoje a entidade.

De acordo com a diretora-adjunta executiva do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Kitty Van der Heijden, citada num comunicado, cerca de 1,3 milhões de crianças com menos de cinco anos que sofrem de desnutrição aguda grave correm o risco de perder o acesso a apoio vital este ano na Etiópia e na Nigéria pois, “sem novos financiamentos, a cadeia de abastecimento de alimentos terapêuticos prontos a utilizar ficará esgotada até maio”, contextualizou.

Segundo Van der Heijden, isto significa que 74.500 crianças na Etiópia, dependentes deste tipo de tratamento, não poderão ser ajudadas.

Já na Nigéria esse fenómeno pode acontecer já entre março e maio e afetar 80.000 crianças que utilizam alimentos terapêuticos.

Todavia, acrescentou, “os programas têm de prestar serviços para evitar que as crianças fiquem subnutridas, o que inclui o apoio à amamentação, o acesso a suplementos de micronutrientes como a vitamina A e a garantia de que recebem os serviços de saúde de que necessitam para outras doenças”.

Van der Heidjen salientou que a crise de financiamento vai muito além dos casos na Etiópia e na Nigéria.

“Está a acontecer em todo o mundo e as crianças mais vulneráveis estão a sofrer as consequências”, lamentou.

Nos últimos anos, os doadores internacionais reduziram as contribuições para as agências da ONU, incluindo a Unicef, que estima “que mais de 213 milhões de crianças em 146 países e territórios necessitarão de assistência humanitária em 2025”.

De uma forma geral, em 2024, a Unicef e os seus parceiros prestaram serviços de prevenção de todas as formas de malnutrição a 441 milhões de crianças com menos de cinco anos, graças “aos esforços dos governos e à generosidade dos doadores”, indicou Van der Heijden.

lusa/HN

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