Moçambique distribui 1,7 milhão de redes mosquiteiras em Cabo Delgado contra malária

25 de Março 2025

O Governo moçambicano vai distribuir 1.771.400 redes mosquiteiras tratadas com inseticida na província de Cabo Delgado, norte do país, para prevenir a transmissão da malária, foi hoje divulgado.

“Queremos aproveitar esta oportunidade para reforçar o apelo para uso correto das redes mosquiteiras, pois, quando mal-usadas, elas não funcionam e não poderão proteger-nos da picada dos mosquitos”, disse o governador de Cabo Delgado, Valige Tauabo, durante o lançamento da campanha de distribuição gratuita de redes mosquiteiras naquela província.

Para o dirigente, entre os principais fatores que comprometem o combate à malária na província as águas estagnadas, estão o baixo conhecimento sobre a doença, a fraca comunicação para a mudança de comportamento, além das mudanças climáticas que assolam o país.

A distribuição das redes será feita em duas fases, sendo que a primeira, segundo Valige Tauabo, vai abranger os distritos das regiões centro e norte de Cabo Delgado e a segunda a região sul.

O governador apelou ainda ao desenvolvimento de ações coordenadas de prevenção da doença, face aos desafios no combate à malária em Cabo Delgado.

A Lusa noticiou em 13 de janeiro que cerca de seis mil pessoas afetadas pelo ciclone Chido começaram a receber redes mosquiteiras para prevenir doenças como a malária, segundo anunciaram, na altura, as autoridades da província de Cabo Delgado.

“Como o distrito de Mecúfi foi muito afetado e a nossa vigilância epidemiológica já indica um crescimento de casos de malária, então vamos começar imediatamente a distribuição (…). São cerca de seis mil pessoas, mas a principal característica é uma rede para duas pessoas”, acrescentou na altura o diretor provincial de Saúde em Cabo Delgado, Magid Sabune.

Moçambique está em plena época chuvosa, que decorre entre outubro e abril, período em que foram já registados os ciclones Chido e Dikeledi, que afetaram igualmente o norte do país, em dezembro e janeiro, com maior impacto nas províncias de Cabo Delgado e Nampula, tendo afetado cerca de 736 mil pessoas e causado a destruição de infraestruturas públicas e privadas.

O ciclone Jude, o mais recente a afetar o país, entrou em Moçambique em 10 de março, através do distrito de Mossuril, província de Nampula, tendo feito, pelo menos, 16 mortos, afetando ainda, Tete, Manica e Zambézia, no centro, e Niassa e Cabo Delgado, no norte.

O país africano é considerado um dos mais severamente afetados pelas alterações climáticas globais, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, mas também períodos prolongados de seca severa.

lusa/HN

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