Uma equipa liderada pelo Instituto de Ciências Weizmann (Israel) publicou um estudo na Science Advances com base na análise de 313.501 gravidezes para oferecer novos dados sobre as alterações fisiológicas, noticiou na quarta-feira a agência Efe.
A investigação utilizou dados semanais destas gravidezes para monitorizar e analisar as alterações fisiológicas em tudo, desde o volume sanguíneo aos marcadores imunológicos, antes, durante e depois da gravidez.
O regresso das análises aos valores basais após o parto ocorre numa trajetória diferente da das alterações durante a gravidez.
“A adaptação pós-parto é um processo fisiológico distinto e não é simplesmente uma questão de reverter a dinâmica da gravidez”, observaram os autores do estudo.
A equipa analisou as alterações em mais de 76 parâmetros em mais de 300.000 gravidezes, fornecendo um conjunto de dados de aproximadamente 44 milhões de medições relacionadas com os sistemas cardiovascular, respiratório, renal, gastrointestinal, esquelético, metabólico, endócrino e imunitário.
Os investigadores realizaram análises semanais desde as 20 semanas antes da conceção até às 80 semanas após o parto e também identificaram testes de função fisiológica que mostraram desvios de alterações saudáveis, incluindo complicações na gravidez, como pré-eclâmpsia, diabetes gestacional e hemorragia pós-parto.
Tudo isto lhes proporcionou uma visão dinâmica de como a gravidez afeta vários sistemas do corpo em diferentes escalas de tempo.
Os resultados indicam que aproximadamente 41% das medições demoram mais de dez semanas após o nascimento para regressar à linha de base pré-concecional, algumas demoram até um ano e outras nunca regressam a este estado, resume a publicação.
Entre os valores que demoram aproximadamente meio ano a recuperar estão algumas funções hepáticas, sendo que outros parâmetros como o colesterol podem demorar até um ano. Tudo isto realça o fardo fisiológico do parto.
Além disso, para todas as três complicações examinadas no estudo, foram observadas algumas alterações fisiológicas significativas antes da conceção ou após o parto, em vez de durante a gravidez.
Os resultados globais oferecem uma visão detalhada das alterações fisiológicas que, segundo os investigadores, podem servir de base para o tratamento destas complicações, bem como uma melhor compreensão dos efeitos a longo prazo da gravidez.
NR/HN/Lusa
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