O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo grupo islamita Hamas, declarou num comunicado publicado na rede de mensagens Telegram, que “o encerramento das rotas de entrada de alimentos e material médico pode aumentar o número de pessoas que sofre de subnutrição”.
“A falta de nutrição adequada e de água potável vai aumentar os problemas de saúde, agravados pela contínua proibição de campanhas de vacinação para crianças, especialmente contra a poliomielite”, sublinhou o ministério, numa referência à enorme crise humanitária na Faixa de Gaza.
A declaração foi publicada horas depois de o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita, Oren Marmorstein, ter negado que houvesse “escassez de ajuda humanitária” em Gaza e ter afirmado que, durante o cessar-fogo de 42 dias, quebrado a 18 de março, quando o exército israelita retomou os seus ataques contra o enclave palestiniano, entraram no enclave “mais de 25 mil camiões” com mantimentos.
Marmorstein estava a responder às declarações feitas na terça-feira pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, que denunciou Gaza como “um campo de extermínio” e disse que “os civis vivem num ciclo de morte sem fim”.
Guterres lembrou ainda que Israel tem “obrigações inequívocas”, como “potência ocupante”, de “garantir o fornecimento” de alimentos e de material médico à população de Gaza.
Israel impôs um novo bloqueio à entrada de ajuda humanitária no enclave quase duas semanas antes de relançar a sua ofensiva contra Gaza, quebrando o cessar-fogo alcançado em janeiro com o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas).
Além disso, dias antes de retomar as operações militares, cortou também o fornecimento de energia elétrica àquele território palestiniano.
Segundo as autoridades de Gaza, quase 51 mil palestinianos foram mortos na guerra que Israel trava no enclave palestiniano contra o Hamas, iniciada depois do ataque inesperado do grupo islamita a território israelita em outubro de 2023.
NR/HN/Lusa
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