“A mim preocupa-me imenso que, nos últimos seis anos, não se tenha feito nada para evitar este êxodo dos médicos”, afirmou a ministra, após uma reunião na Unidade Local de Saúde do Alentejo Central e antes de uma visita às obras do novo hospital em Évora.
Ana Paula Martins foi questionada pelos jornalistas sobre a saída de mais de 6.500 médicos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) entre 2019 e 2024, noticiada pelo Diário de Notícias.
A governante disse que desde que assumiu a pasta da Saúde há cerca de um ano, a tutela já contratou “1.071 médicos” e que dentro de dias será aberto um concurso para cerca de 1.500 clínicos, que inclui vagas carenciadas.
“Sabemos que nem todas as vagas são ocupadas, infelizmente, mas tentamos ter projetos aliciantes para os médicos”, frisou.
Ana Paula Martins referiu que quando tomou posse começou um processo negocial com várias classes profissionais da saúde, para “iniciar um projeto de reabilitação daquilo que é mais importante no SNS, que é ter recursos humanos”.
“No prazo de nem sequer um ano, ter conseguido contratar 1.071 profissionais, quando no mesmo período homólogo tinham sido cerca de 950 ou 970, acho que apesar de tudo conseguimos manter a nossa perspetiva”, sublinhou.
Admitindo que são necessários mais médicos, a ministra disse que a tutela está “a fazer o caminho”, referindo que “o que não se fez em oito anos, não se faz num ano”.
Sobre os hospitais terem que comunicar diariamente a taxa de ocupação e afluência às urgências, a titular da pasta da saúde considerou que a medida “faz todo o sentido” para a Direção Executiva do SNS, gestora da rede, “preparar o verão”.
“Estamos em abril, mas começámos a preparar o verão no final de fevereiro”, porque “prepara-se com quatro a seis meses de antecedência” devido à previsível “pressão nos serviços” e às “merecidas férias dos profissionais”, realçou.
Questionada sobre as críticas do antigo diretor executivo do SNS Fernando Araújo, que em entrevista à RTP disse ter sido empurrado pelo Governo para sair, a ministra respondeu que o então dirigente “deixou o SNS por vontade própria”.
“E deixou o SNS, está à vista de toda a gente, para servir o PS como cabeça de lista”, acrescentou.
lusa/HN
0 Comments