“Temos a maioria dos dados e situa-se nos 80%. (…) Esta adesão expressiva mostra bastante a insatisfação destes enfermeiros, que se sentem altamente desvalorizados, quer na tabela salarial, que se encontra bastante abaixo da administração pública, quer também pela impossibilidade de progressão”, disse aos jornalistas a dirigente do SEP Isabel Barbosa, junto à sede da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), enquanto decorria uma manifestação de cerca de quatro dezenas de enfermeiros.
Os enfermeiros encontram-se em greve nos turnos da manhã e da tarde, exigindo a valorização do seu trabalho e um aumento salarial.
De acordo com Isabel Barbosa, vários polos da SCML registam “adesão total” à grave, “como na Mitra, no Lar Quinta das Flores, Maria José Nogueira Pinto, o polo Oriental, Santa Joana Princesa, Quinta Alegre, Nossa Senhora do Carmo, Residência Campolide ou na Tapada”.
“Estamos a falar de enfermeiros com funções de chefia ou especialistas que não são devidamente valorizados”, salientou.
Para solucionar a situação, o SEP propõe “a distribuição dos lucros que foram apresentados no ano passado”, de cerca de 28 milhões de euros.
“Estes enfermeiros não compreendem, perante isto, porque não são valorizados, quando são eles que dão a cara e prestam cuidados de excelência à população”, afirmou, dizendo que a SCML – que conta com cerca de 400 enfermeiros – considera que as reivindicações “não são comportáveis financeiramente”.
O SEP ainda está em negociações com a SCML para melhorar as condições de trabalho dos profissionais de saúde, bem como para melhorar a tabela remuneratória para 2025 e rever os suplementos de chefia.
“Neste momento a mesa [da SCML] está intransigente a estas reivindicações justíssimas dos enfermeiros. […] Os enfermeiros é que não compreendem como é que há 28 milhões de lucros no ano passado e não são valorizados. Queremos progressão, exigimos progressão”, acrescentou Isabel Barbosa.
lusa/HN
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