África CDC e brasileira Fiocruz estabelecem parceria para fortalecer saúde em África

21 de Maio 2025

Os Centros de Controlo e Prevenção de Doenças em África (África CDC) e a Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz), do Brasil, estabeleceram uma nova parceria para fortalecer sistemas de saúde no continente africano, anunciou hoje a organização africana.

“Esta parceria representa o compromisso do África CDC com colaborações orientadas para a ação, que gerem resultados reais para a segurança sanitária da África”, afirmou o diretor-geral do África CDC, Jean Kaseya, acrescentando que a parceria com a Fiocruz, a maior instituição de pesquisa biomédica da América Latina vinculada ao Ministério da Saúde brasileiro, “abre uma nova dimensão de cooperação Sul-Sul construída com base em prioridades mútuas e especialização compartilhada”.

O presidente da Fiocruz, Mário Moreira, disse que o acordo firmado “reflete a vocação da Fiocruz para o estabelecimento de cooperação estrutural, central […] ao processo de internacionalização”, adiantando que reafirma-se o compromisso de ambas as organizações trabalharem juntas “para fortalecer os sistemas de saúde, promovendo a soberania dos países do Sul Global para que estejam mais bem preparados para enfrentar emergências sanitárias”.

O memorando de entendimento assinado em Genebra, na Suíça, define “esforços conjuntos para fortalecer Institutos Nacionais de Saúde Pública, expandir a pesquisa transnacional e a vigilância […], impulsionar a produção local de produtos essenciais para a saúde e fortalece a pesquisa, o conhecimento, a gestão e a tradução de políticas”, esclarece a agência.

Este acordo vem apoiar “o desenvolvimento da legislação em saúde pública e a preparação jurídica, em consonância com a Nova Ordem de Saúde Pública e o Plano Estratégico 2023-2027 do África CDC”.

A parceria vai aprofundar o intercâmbio de conhecimento em financiamento da saúde, desenvolvimento social e fortalecimento de sistemas de saúde pública resilientes nos Estados-membros da União Africana (UA).

Embora o memorando de entendimento não envolva compromissos financeiros imediatos, ambas as partes vão mobilizar recursos e colaborar com parceiros técnicos para impulsionar a agenda.

Atualmente, o continente africano produz apenas cerca de 1% das vacinas que consome, sendo que o África CDC está a trabalhar para acelerar a produção através de projetoscomo a Plataforma para o Fabrico Harmonizado de Produtos de Saúdes Africanos (PHAHM, na sigla em inglês).

Em 2024, 25 projetos de produção de vacinas estavam em desenvolvimento, com a expetativa de que oito antígenos recebessem a pré-qualificação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e chegassem ao mercado até 2030.

A África CDC declarou que até 2030 “o impacto combinado entre choques sanitários e económicos poderá levar milhões de pessoas à pobreza, ameaçando a estabilidade de África”.

lusa/HN

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