“O Centro Federal de Operações de Emergência do Sudão registou um aumento acentuado da cólera, com 2.729 casos e 172 mortes registadas numa semana”, com o estado de Cartum a ser responsável por 90% das novas infecções, segundo o comunicado.
Nas primeiras três semanas de maio, a doença já tinha provocado 51 mortos, segundo um relatório anterior do Ministério.
Desde abril de 2023, o terceiro maior país africano está mergulhado num conflito que opõe o exército, liderado pelo general Abdel Fattah al-Burhane, às Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês), uma força paramilitar comandada pelo seu antigo adjunto, o general Mohamed Hamdane Dagalo.
O conflito, que causou dezenas de milhares de mortos e 13 milhões de deslocados, devastou um sistema de saúde que já era frágil antes da guerra.
Segundo o sindicato dos médicos, cerca de 90% dos hospitais do país foram obrigados a encerrar temporariamente devido aos combates.
Antes da expulsão do grupo na semana passada, as RSF efetuaram vários ataques com drones no estado de Cartum, incluindo contra três centrais elétricas, privando a cidade de eletricidade durante vários dias.
A rede local de distribuição de água também foi interrompida, segundo os Médicos Sem Fronteiras (MSF).
“As estações de tratamento de água não têm mais eletricidade e não podem mais fornecer água potável do Nilo”, disse o coordenador médico dos MSF, Slaymen Ammar, em Cartum, na sexta-feira.
A cólera é uma infeção intestinal aguda que se propaga através de alimentos e água contaminados com a bactéria ‘vibrio cholerae’, frequentemente proveniente de fezes. Se não for tratada, pode levar à morte em poucas horas.
lusa/HN
0 Comments