A Associação Portuguesa de Médicos de Família Independentes (APMF) entregou hoje no Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social o pedido de registo, após ter realizado a sua assembleia constituinte a 22 de maio. A APMF surge como resposta à crescente carência de médicos de família em Portugal, que afeta mais de 1,6 milhões de cidadãos sem acompanhamento regular e com acesso à saúde limitado, frequentemente restrito às urgências hospitalares.
A nova associação assume-se como parceiro social com o objetivo de promover a Medicina Geral e Familiar no setor privado e defender a integração dos médicos de família privados na resposta nacional. Entre as prioridades da APMF estão a requisição de meios complementares de diagnóstico e terapêutica (MCDTs) pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS) por médicos privados, a criação de Unidades de Saúde Familiar (USF) Modelo C, a celebração de convenções com o SNS, subsistemas de saúde e seguradoras, bem como a representação dos especialistas do setor privado junto dos principais grupos prestadores.
A direção da APMF é composta por António Maria Trigueiros de Sousa Alvim (presidente, Lisboa), Albino Alberto Rodrigues da Costa (vice-presidente, Porto), Joaquim Miranda Rocha Lopes (tesoureiro, Alenquer), José Augusto Rodrigues Simões (vogal, Coimbra), Helena Maria dos Santos Gonçalves Martins Nunes (vogal, Algarve) e Fernando Manuel Lopes Zenha (vogal, Braga).
A associação defende que a colaboração dos médicos de família privados é essencial para mitigar o défice de acompanhamento, propondo que estes possam requisitar exames pelo SNS, pelo menos para utentes sem médico de família ou que optem por um médico privado, libertando vagas no SNS. A APMF considera que, num contexto de escassez, não faz sentido que alguns cidadãos tenham dois médicos de família enquanto outros não têm nenhum.
Nos seus estatutos, a APMF estabelece como missão representar, defender e promover os interesses da Medicina Geral e Familiar privada, contribuir para a definição de políticas de saúde, promover a liberdade de escolha de médico de família, articular a prestação privada com o SNS e o setor privado, negociar convenções com o Estado, subsistemas e seguradoras, e intervir em matérias legislativas e negociais relevantes para o setor.
A associação irá solicitar audiências ao Presidente da Ordem dos Médicos, ao Ministério da Saúde, aos grupos parlamentares e pretende integrar o Fórum Médico, manifestando ainda disponibilidade para colaborar com outras associações do setor.
PR/HN
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