100 mil euros para revolucionar o tratamento do cancro com Inteligência Artificial

21 de Junho 2025

A investigadora Rita Sousa Soares, da Fundação Champalimaud, venceu hoje a bolsa de investigação LPCC Oeiras Valley, no valor de 100.000 euros, com um projeto que usa Inteligência Artificial para personalizar os tratamentos contra o cancro.

A bolsa “Investigação em Oncologia na Era da Inteligência Artificial”, que resulta de uma parceria entre o Núcleo Regional do Sul da Liga Portuguesa Contra o Cancro (NRS-LPCC) e o Município de Oeiras, foi entregue à investigadora Rita Leonor Álvares Cabral de Figueiredo Fior Sousa Soares numa cerimónia que decorreu hoje no Palácio Anjos, em Algés, Oeiras.

“Esta investigação representa um avanço significativo na área da oncologia personalizada, ao conjugar modelos biológicos inovadores com inteligência artificial para acelerar a identificação de terapias eficazes, adaptadas ao perfil de cada doente”, salientam os promotores da iniciativa em comunicado.

A Liga Portuguesa Contra o Cancro refere que esta bolsa representa um marco na sua história, “não só pelo seu valor – o mais elevado de sempre atribuído pela Liga –, mas também pelo seu propósito transformador: apoiar projetos científicos de excelência que aliem a investigação oncológica ao potencial da Inteligência Artificial para melhorar os cuidados de saúde, o diagnóstico precoce e os tratamentos personalizados”.

A iniciativa resulta de “uma parceria estratégica” entre a LPCC-NRS e o município de Oeiras, que assegurou integralmente o financiamento da bolsa, e insere-se “na visão de ambas as entidades de promover a inovação científica e reforçar o combate ao cancro em Portugal”.

“É com grande orgulho que o Núcleo Regional do Sul da Liga Portuguesa Contra o Cancro apoia, mais uma vez, a investigação científica de qualidade. Esta bolsa simboliza o nosso compromisso contínuo com a ciência, a inovação e, acima de tudo, com os doentes oncológicos”, afirma o presidente da LPCC-NRS, Francisco Cavaleiro de Ferreira.

Com 19 candidaturas submetidas até 30 de abril, oriundas de prestigiadas instituições científicas nacionais, o processo de seleção foi conduzido por um júri externo de especialistas nacionais e internacionais, composto por António Medina de Almeida (Hospital da Luz/Universidade Católica), Noel Miranda (Universidade de Leiden), Arlindo Oliveira (IST/INESC), Ahmed Mahfouz (Universidade de Leiden) e Tanja Alderliesten (Universidade de Leiden).

Além do projeto vencedor, foram atribuídas duas menções honrosas, sem apoio financeiro, que reconhecem a qualidade e inovação de duas candidaturas do Gulbenkian Institute of Molecular Medicine (GIMM).

Sérgio Alexandre Fernandes de Almeida foi distinguido pelo projeto AI-Powered Discovery of R-loop Modulators for Precision Oncology, que recorre à inteligência artificial para identificar moduladores de R-loops com potencial em terapias oncológicas personalizadas.

Já Miguel Augusto Rico Botas Castanho recebeu uma menção honrosa pelo projeto AI4BrainMets: Integrating AI-driven protein design with next-generation in vitro models to target breast cancer brain metastases, que aplica a inteligência artificial ao design de proteínas para combater metástases cerebrais do cancro da mama.

“A Bolsa LPCC-Oeiras Valley simboliza o compromisso conjunto do Núcleo Regional do Sul da Liga Portuguesa Contra o Cancro e do Município de Oeiras com a promoção da investigação científica de excelência, com impacto real na vida dos doentes e no avanço da medicina oncológica em Portugal”, salientam os promotores da bolsa.

lusa/HN

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